cultos que os há ainda longos, sem que o turista de passagem encontre recurso conveniente para paragem repousante apetecida.

Faz-se uma breve referência sobre classe de equipamento hoteleiro.

Hoje não viaja só a clientela endinheirada de mais de 50 ou 60 anos dos hotéis caros e de luxo.

Conta o turismo cada vez mais com o volume das bolsas jovens e modestas, que procuram comodidade mais económica, quando se não limitam ao desporto barato dos parques de campismo.

A título demonstrativo cita-se que ria Itália, em 1962, os hotéis e pensões de 3.a classe registaram, em relação ao ano anterior, um aumento de 25 por cento no número de dormidas, enquanto este número se manteve estacionário nos hotéis de 1.a classe e acusou regressão nos hotéis de luxo.

O planeamento e execução do nosso equipamento hoteleiro não pode alhear-se do aspecto determinante da moderada economia da grande corrente turística, e anteriormente se vincou já a grande vantagem que, para a expansão turística do País, é racional concluir da oferta do turismo a preço de concorrência.

De resto, já no I Colóquio Nacional de Turismo, realizado em Lisboa em Janeiro de 1961, aquela orientação foi recomendada e a mesma orientação está partilhada pela Direcção dos Serviços de Turismo na sua nota explicativa de 24 de Abril de 1962, ao chamar vivamente a atenção dos interessados para o facto de que dependerá fundamentalmente da economia das soluções apresentadas, e portanto das tarifas propostas, o apoio financeiro a conceder, directa ou indirectamente, pelo Fundo de Turismo.

O reforço da insistência não é, no entanto, descabido para que inteiramente se eliminem evidentes tendências contrárias, ainda bem recentemente manifestadas.

Mas a valorização turística do País não se resume certamente ao equipamento hoteleiro.

O centro turístico do Algarve espera a conclusão do seu Plano urbanístico director para início da construção de um conjunto de apoio de a tracções turísticas -amenidade imprescindível para forte afluência-: casinos, equipamentos balneares e de desportos náuticos, golf, etc., e a já tardia conclusão do plano não deveria ser causa obstrutora de materializar uma realização parcial, a inaugurar, pelo menos, no Verão de 1965, para não perder demasiadamente a oportunidade da conclusão do aeroporto de Faro, anunciada para Setembro ou Outubro próximo- um dos passos decisivos da expansão do turismo do Algarve.

Está igualmente anunciado o indispensável plano do centro turístico da Madeira.

À parte a elevada importância para a expansão turística destes e de outros centros de permanência do litoral, a valorização turística tem também de orientar-se para tornar igualmente atraente e expansivo o turismo de passagem, de marcha ou de visita, e o planeamento turístico do País, cuja execução o Conselho Nacional de Turismo já aprovou há mais de um ano, não deve, de forma nenhuma, deixar de consagrar a este aspecto profu ação da arqueologia monumental das citânias e das ruínas romanas;

É a tão apreciada atracção dos nossos moinhos de vento, a impor maior valorização turística;

É o nosso folclore: a garridice inconfundível das romarias que é preciso dar muito mais a conhecer; a originalidade, a alegria e a variedade das danças regionais, de valor turístico a proporcionar com toda a popularidade através de exibições nos centros de permanência e de passagem turística de maior afluência;

É o típico da cozinha portuguesa; são os nossos vinhos, as frutas e a produção regional alimentar, tudo a permitir ementas diferentes de região para região de incontestado apreço e de conta modesta.

E apoia-se o realce de todos estes e outros valores na variedade e na policromia de paisagens bonitas, nos favores do nosso clima, no azul do céu, no brilho do sol, na simplicidade do nosso viver o na pureza e serenidade do ambiente que se vive.

A valorização turística de todo este forte conjunto tem de firmar-se, em primeira instância, num planeamento completo de inventariação e ordenação de todos os valores e, a seguir, pelo estabelecimento e definição de circuitos ou rotas de interesse turístico, com fundamental apoio de motivos paisagísticos e com evidência suplementar das restantes atracções.

Só assim se desperta interesse turístico; de outra forma, são apenas valores a esmo sem expressão comercial, exclusivamente à mercê de encontro casual e raro.

E a sua valorização terá de, cadenciadamente, completar-se.

Pela beneficiação ou nova construção de ramais de acesso a monumentos ou locais panorâmicos e pela inerente beneficiação dos próprios monumentos e locais; pela ponderação da construção, onde necessárias, de pousadas ou outros estabelecimentos em locais tranquilos de importância panorâmica, e de enorme valor turístico se reputa o aproveitamento, para este fim, dos nossos castelos, aproveitamento que de forma nenhuma pode significar