Toma-se assim evidente que é a estrada a viu mais popular ao acesso turístico do País.

Para isso concorrem certamente os cerca de no 000 turistas que a Espanha anualmente nos envia, grande parte dos quais se deslocam de automóvel, mas já há pouco se referiu que a apreciação rítmica de incremento turístico por via rodoviária revela uma popularidade crescente, que é de todo o interesse acarinhar e promover.

Não se pretende entrar em considerações sobre benefício e extensão do sistema de estradas de interesse turístico e de ordem de primazia, fácil de estabelecer, considerações, aliás, evidenciadas noutras intervenções, apenas nos cumprindo, como representante do círculo de Viseu, apontar a premente necessidade de efectuar a reparação dos escassos 10 km em falta - da ponte sobre o Dão à vila de Nelas;- na estrada n.º 204, que define o esplêndido roteiro mais curto Viseu-Torre, ponto mais alto da serra da Estrela, e acelerar a realização da reparação total da estrada já em grande número e crescem cada vez mais, como já se disse, os turistas deste padrão -, entre esses, repete-se, decisões destas tomam-se mais até propriamente por sugestão de causa do que por volume de efeitos.

Daqui a ponderação da vantagem do estabelecimento de uma tarifa especial - pelo menos em regime transitório de propaganda - para a gasolina turística..

Como anteriormente se disse, entram actualmente a fronteira cerca de 75 000 automóveis ligeiros estrangeiros; aceitando que estes 75 000 carros fazem no País uma média de 1500 km/carro -provavelmente a média não pecará por excesso- e que o consumo médio entre todos é de 10 l aos 100 km, a redução de 1$ no preço por litro de gasolina representaria um sacrifício da Nação de 1125 contos anuais.

O sacrifício não se afigura de significância ponderável no conjunto nacional, e basta que conduza à decisão favorável de uma pequena percentagem de indecisos, para que possa ser largamente compensada.

Pelo que se refere ao acesso por via férrea, é a ligação Lisboa-Paris, por Vilar Formoso, Irun e Hendaia, aquela, em que se tem que concentrar toda a atenção, pela centralização que já exerce da quase totalidade do nosso movimento internacional ferroviário, e pelo maior interesso turístico que pode vir a significar. É pena, mas a flagrante diferença de conforto, serviço e velocidade entre a viagem feita no percurso francos - Paris-Hendaia - e a viagem Hendaia-Lisboa convida o turista estrangeiro antes a- não arredar pé de Hendaia do que a seguir até cá. O País tem de preocupar-se seriamente com a perfeição desta ligação, que interessa muito mais ao caso do turismo português do que ao caso espanhol, quer pela distância, quer pela menor pluralidade das vias de acesso a Portugal.

Quanto propriamente a melhoria de percurso, pouco se poderá intervir no longo trajecto de Espanha. Pode-se, no entanto, no percurso nacional, e para esse efeito impõe-se uma preocupação imediata, pela elevada nforto e amenidade, e não em regime toque de caixa, de competição com a velocidade do comboio; as refeições devem poder servir-se no lugar ou no restaurante-bar, conforme a preferência do passageiro.

E, além disso, que tudo seja inconfundivelmente português de classe: comida, vinhos, bebidas espirituosas, águas, etc.

Ainda um aspecto que se afigura importante é que o vagão-restaurante da nossa composição seja mantido em toda a viagem, eliminando a necessidade do recurso ao serviço do restaurante da composição espanhola.

Considere-se e torne-se como tal a nossa composição internacional como primeira sala de recepção turística para quem demanda Portugal pelo comboio, assegurando que ela seja redutora da longa e morosa distância pelo conforto, conveniências e atracção que oferece, e de forma que possam lá fora os serviços da propaganda garantir ao turista, com toda a propriedade, o comboio como um dos melhores meios de viajar da Europa central ao País.

E passamos a rápidos apontamentos sobre o acesso por via aérea.

Referiu-se anteriormente a elevada importância que o tráfego aéreo assume na provisão do turismo nacional, e a nossa situação, da extremidade sul ocidental da Europa, aponta o transporte por avião como a melhor possibilidade de atracção ao País de elevado potencial turístico das distantes regiões da Europa central e nórdica e é exclusivamente o sistema de viagem que, pela rapidez, pode permitir a vinda dos muitos turistas da actualidade, que apenas dispõem de curtos períodos de férias de duas a três semanas.

Assim, o acesso por avião arroga-se de alto crédito para o turismo nacional, e consequentemente requer, dos. seus responsáveis, elevada consideração da complexa acção a desenvolver, para que se possibilite e proclame profusa oferta e preços atraentes de viagens aéreas, quer por aviões de carreira regular, quer por aviões especialmente fretados - voos chartered.

Entre Londres e Lisboa está estabelecido, mas só durante o Verão, o serviço turístico de voos nocturnos, ao preço de 40 libras - durante a semana - e 45 libras