Finalmente, para completar «aspectos de vias e acesso turístico ao País», limitamo-nos a mencionar, quanto ao acesso por via marítima, uma sugestão, ouvida há dias a um inglês devotado apreciador do «turismo em Portugal» e que mais uma vez no País se encontra de visita turística. Dizia ele:

Se houvesse navios a fazer cruzeiros turísticos para Portugal, muitos ingleses os aproveitariam nos seus curtos períodos de férias de 15 dias: 4 a 5 dias - ida e volta - de viagem atractiva e 10 a 11 dias de férias do maior interesse no magnífico clima do belo país.

E nós acrescentamos: É evidente que cruzeiros - a partir de Inglaterra e de outros países - poderiam desenvolver-se á Madeira e Açores. E cabe aqui relembrar o exemplo da Grécia.

Sr. Presidente: peço desculpa que a exposição foi longa de mais para a fraqueza e para a monotonia da oratória.

O turismo afirma-se entre nós como promessa de altíssima significância contributiva no sistema evolutivo da economia do País.

Não temos nada que nos impressionar com os números «arranha-céus» da actividade e dos rendimentos do turismo dos favoritos clássicos; basta que a modéstia da sua expressão relativa assuma entre nós significado absoluto, que satisfaça e vigorize.

A possibilidade do que a indústria turística atinja no País a receita. bruta anual de cinco ou seis e mesmo mais milhões de contos parece desenhar-se e está ao alcance da capacidade organizadora e investidora do País.

Por outro lado, fazer-se conhecido com dignidade, com cavalheirismo e com a revelação dos nossos sãos e pacíficos costumes e hábitos de vida, faz-se propaganda de simpatia e de aproximação de alto valor social, cultural e político. E águas passadas rezam que daqueles estrangeiros, infelizmente ainda em número reduzido, que nos têm visitado são, desses poucos, muito mais os que têm uma palavra de defesa para o Portugal modesto, mas digno e nobre, que cativa, do que os que fazem coro com muitos que ignoram e insensata e erradamente atacam.

Para ser possível arrecadar resultados são necessários devotado esforço dinâmico e sacrifício de gasto.

Compreende-se o limite do critério ponderado na liberalização financiadora de investimentos, mas a falta do coragem para acompanhar dados concretos expressivos da expansão rítmica da actividade elimina a possibilidade da sua concretização e é iníqua falha administrativa.

Verifica-se pelo exame das bases I, II e III da Lei n.º 2082:

1.º Que compete ao Estado promover a expansão do turismo nacional;

2.º Que o Conselho Nacional de Turismo, junto da Presidência do Conselho, é o órgão de coordenação e consulta;

3.º Que a acção do Estado em matéria de turismo está integralmente centralizada no Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo, competindo assim a este organismo a enorme responsabilidade de responder por toda a acção planificadora, dinamizadora e de propaganda do turismo nacional.

Não pretendemos estabelecer considerações sobre se se impõe ou não reforma total orgânica, criadora de órgão central de nível ministerial, queremos ainda admitir que insuficiências de vitalidade já bem manifestas são mais consequência de meios de condicionamento do que de orgânica ou de função, mas o que desejamos afirmar é que o órgão central dinamizador da actividade turística tem de ser assistido de elasticidade, de volume e categoria sectorial e de meios de acção que lhe permitam com toda a propriedade responder ao propósito expresso de que o turismo nacional dê o passo decisivo que as circunstâncias e a oportunidade lhe oferecem.

Só dessa forma e de uma irradiante acção criteriosa, dinâmica e devotada se poderá atingir a plenitude turística que a Nação aguarda.

E é para todos de altíssimo significado económico, social e político que plenamente se dê hoje a conhecer ao Mundo o país que brilhantemente, há cinco séculos, deu o Mundo a conhecer.

Tenho dit Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. O debate continua amanhã sobre a mesma ordem do dia. Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 45 minutos.

Sr s. Deputados que entraram durante a sessão

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Falcão.

Alberto Ribeiro da Costa Guimarães.

Alberto da Rocha Cardoso de Matos.

Alexandre Marques Lobato.

André Francisco Navarro.

Aníbal Rodrigues Dias Correia.

António Calheiros Lopes.

António Magro Borges de Araújo.

Artur Alves Moreira.

Francisco António da Silva.

Francisco Lopes Vasques.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Mendes da Costa Amaral.

Jorge Augusto Correia.

Jorge Manuel Vítor Moita.

Jorge de Melo Gamboa de Vasconcelos.

José Dias de Araújo Correia.

José Luís Vaz Nunes.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Sr s. Deputados que faltaram à sessão:

Alberto dos Reis Faria.

Alfredo Maria de Mesquita Guimarães Brito.

Antão Santos da Cunha.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

António Tomás Prisónio Furtado.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Belchior Cardoso da Costa.