que corresponderam investimentos no valor de 1 592 342 contos. Pois já em 1962 as unidades industriais atingiam o número de 3050, com 58 753 operários e um investimento de 2 793 558 contos.

Se nos reportarmos apenas aos sectores das indústrias transformadoras onde os investimentos até 1962 ultrapassaram os 20 000 contos, poderemos elaborar o seguinte quadro (cf. Rumo à Industrialização de Angola, cit.):

Deve acentuar-se que 1962 foi precisamente um ano em que da parte do sector público foram tomadas algumas medidas que terão profunda repercussão no desenvolvimento da província. Exemplifique-se com: o Diploma Legislativo n.º 3231, que regula as actividades industriais com base no trabalho caseiro e familiar autónomo, bem como as que podem haver-se como complementares da agricultura; a criação da Junta de Desenvolvimento Industrial, «com o objectivo de permitir uma mais directa actuação do Estado, sob o aspecto de iniciativa, na instalação de novas indústrias e na reorganização das já existentes, concorrendo decisivamente para o aceleramento do processo industrial, dentro de uma política de fomento julgada consentânea com os recursos, necessidades e possibilidades da província»; a criação da Junta Provincial de Electrificação, a que ficou competindo «a planificação dos recursos energéticos, o estudo e investigação de novas fontes de energia, sua coordenação e fiscalização, b em como a construção e exploração de contrais e linhas de transporte e de distribuição do energia dentro da província».

Toda a paronâmica das realidades e potencialidades económicas de Angola, que acabo de esboçar, deverá ser objecto de uma sistematização mais adequada e de uma análise mais aprofundada. Para o fim em vista - a industrialização da província - tratar-se-á de um estudo detalhado sobre as «oportunidades» que oferece. Já na discussão das contas públicas de 3961 repeti uns tantos princípios que poderiam enquadrar esta sistematização: conhecimento das disponibilidades qualitativas, quantitativas e em preço das matérias-primas; avaliação da energia, mão-de-obra ou outros factores de produção: estudo das importações em ordem a determinar as necessidades do mercado interno; análise das indústrias existentes como elemento de apoio à sua expansão ou diversificação; elaboração de esquemas das relações interindustriais, tendo em mente que o crescimento de uma indústria cria sempre possibilidades a outras; emprego dos conhecimentos tecnológicos que permitam melhor utilização das disponibilidades; análise da experiência de países estrangeiros, nomeadamente de territórios com idêntico condicionalismo geográfico e social; revisão de antigos projectos ou catalogação de velhas ideias não concretizadas, que muitas vezes encontraram a oposição de dificuldades temporárias, mas que um dia se poderão converter em realidade, dada a melhoria de certas condições.

No estudo Rumo à Industrialização de Angola faz-se a seguinte ordenação: indústrias existentes para as quais não se justifica o aumento do número das instalações: indústrias novas ou já existentes para as quais é imediato o interesse de novas instalações; indústrias de interesse condicionado.

Entre as indústrias existentes em Angola cuja capacidade não é utilizada contam-se as do álcool, cerveja, cimento, fibrocimento, condutores eléctricos, tabacos manipulados, pre garia, sacaria e redes de pesca.

Entre as indústrias em número suficiente mas necessitadas de remodelação com vista à concentração referem-se as derivadas da pesca, curtumes, descasque de arroz, massas alimentícias, panificação (em Luanda), bolachas e cordoaria.

Quanto às indústrias cujo interesse de instalação é imediato, dadas as possibilidades do mercado interno ou as perspectivas de exportação, poderiamos referir: agro-indústria do açúcar; aproveitamento completo do milho; preparação da cevada germinada e seca (maltagem):