ais e médico-pedagógicos à volta de Nancy, perfazendo 1200 camas. No total, 1400 camas. Estas formações extra-hospitalares de apoio funcionam em perfeita coordenação. Deste modo, a criança assistida no serviço da clínica pediátrica de Nancy, depois da observação e do tratamento hospitalar, ou regressa ao domicílio ou é transferida para uma dessas formações satélites, onde vai passar a sua convalescença ou resolver problemas médico-sociais, pedagógicos ou puramente sociais que a atingem.

A que distância nos encontramos desta solução tão simples!

Não admira, pois, que entre nós as taxas da mortalidade infantil não baixem com a rapidez com que regressam nos demais países da Europa, na América do Norte e em alguns da América do Sul.

Coimbra, como sede de zona, necessita de que se lhe forneçam urgentemente condições de hospitalização de crianças doentes, com um número de camas suficiente, em hospital especializado ou em serviços independentes dos dois hospitais q ue vai possuir. Coimbra reclama urgentemente a solução deste problema, em nome das crianças que carecem de ser convenientemente assistidas na doença. Poupo VV. Ex.ªs à descrição de casos que tenho seguido com confrangedora amargura, sem que me fosse possível dar-lhes solução conveniente.

A penúria confrangedora do número de camas de que dispõe a zona, sem falar das condições deploráveis em que funcionam, dispensa-me de aduzir mais argumentos para justificar a necessidade de dotar a cidade com o seu hospital infantil ou com os serviços independentes a que me referi e, além disso, de criar, nos hospitais regionais, os pequenos serviços independentes para lactentes e para crianças mais crescidas.

Temos em Lisboa exemplos de uma e de outra coisa - de hospital especializado para doenças das crianças, na Estefânia; de serviço independente de pediatria integrado num hospital central, em Santa Maria. Um e outro sistema têm vantagens e inconvenientes - uns de ordem científica e técnica, outros de ordem económica e administrativa.

Devo dizer, no entanto, que a corrente propende para o hospital infantil independente. Assim aconteceu ainda recentemente com o de Santa Justina, no Canadá; o de Linz, na Áustria; o de Aarau, na Suíça, e com a clínica pediátrica de Turim, na Itália. Em Paris, o Hôpital des Enfants Malades e o de Saint-Vincent de Paul conservam e sua independência, e a nova clínica do Hôpital Trousseau tem a mesma característica.

A criança é capital precioso que precisamos de proteger com mais cuidado do que o temos feito.

Ao analisar, a traços largos, o problema da assistência à criança doente na minha zona, não esqueço, de modo algum, o que se torna também necessário fazer nas demais. Não posso concluir este apontamento sem solicitar do Governo, e particularmente do Sr. Ministro da Saúde e Assistência, uma atenção particular para este delicado e urgente problema.

Tal como os serviços de assistência à criança doente, julgo que os de traumatologia são também dos que reclamam mais urgente solução. O número dos que carecem de assistência especializada por acidentes de vária natureza é cada vez maior. Ao problema da assistência médica e cirúrgica ao grande traumatizado estão ligados os da reanimação, da reeducação e da recuperação. Neste capítulo também a insuficiência do nosso apetrechamento é manifesta. A este propósito permito-me recordar a necessidade de acelerar a 3.ª fase das obras do centro de reabilitação funcional em construção perto da Figueira da Foz.

Defendendo, como já disse, a prioridade de construção para o hospital civil, sem prejuízo de que alguns dos seus serviços fiquem provisoriamente afectados ao hospital escolar, parece-me justo pedir que na construção e apetrechamento se dê preferência a estes dois sectores - ao da (pediatria e ao da traumatologia. Eles devem ser os primeiros a ser postos a funcionar, por serem, como plaram&nte se demonstra, os de mais urgente necessi dade.

Pelo que respeita aos demais hospitais da zona, atrevo-me a pedir que se faça o ponto, que se analise judiciosamente a nossa situação e que se veja o que mais nos convém fazer: Se continuar a construir hospitais sub-regionais antes de cuidar devidamente das possibilidades da sua futura utilização, de ter a garantia de um rendimento social capaz dos investimentos feitos, e a dotá-los de caros blocos cirúrgicos antes de estão seguro da sua utilização por equipa cirúrgica;

2) Ou se devemos concentrar a nossa atenção e o nosso esforço nas construções novas ou nas ampliações, beneficiações e conveniente equipamento dos hospitais regionais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sou abertamente pela segunda hipótese. Em toda a parte, em todos os países, os hospitais regionais, são os de organização mais delicada. Mas são também as peças fundamentais do equipamento hospitalar do País. Há que pô-los em condições de nos garantirem o melhor rendimento possível, dando assistência conveniente aos sub-regionais da região.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Entre os nossos hospitais sub-regionais temos alguns muito bons, a funcionar com um bom rendimento, quase como hospitais regionais; mas temos muitos outros que não passam, do ponto de vista funcional, de simples postos hospitalares. Tenho na minha zona e no meu distrito alguns de grande fachada, de imponente aspecto, mas com um rendimento deplorável. Num deles a causa pode imputar-se à manifesta incapacidade de quem foi colocado à frente da Fundação a que ele pertence, sem possibilidade de compreender a alta missão que lhe pertencia.

Pelo contrário, há um pequeno hospital onde em três anos se gastaram pouco mais de duas centenas de contos e cujo rendimento médico, cirúrgico e obstétrico nos dá