Doutrinação que há-de realizar-se ria escola - razão da nossa mais acrisolada esperança - e fora dela.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Para os jovens de todas as idades e para as massas populacionais adultas, utilizando com sagacidade e acerto os meios poderosos da informação, mediante uma forma de doutrinação que penetre em todos os sectores e abarque todas as actividades.

Mas para além das actividades e especificamento escolares, que o Estado haverá que rodear das condições indispensáveis ao seu bom êxito, temos de considerar as circum-escolares, objecto de diploma especial que as regulamentou.

Nelas têm relevante papel as actividades gimnodesportivas e recreativas.

Grande poderá ser o papel da Mocidade Portuguesa no conjunto de todas estas actividades!

Os estádios, as piscinas, os parques de campismo, os albergues da juventude, as pousadas!

Neste domínio, a Alemanha Ocidental vem realizando obra notável, com uma rede de pousadas para a sua juventude que no ano pretérito acolheram um número de jovens que orça pelos 8 milhões.

A mocidade universitária tem estado um tanto entregue a si própria, quer nas actividades escolares, quer nas circum-escolares, que recente diploma do ilustre Ministro Galvão Teles, numa atitude esclarecida, procura resolver no tocante ao alojamento.

Cercada a nossa mocidade de solicitações que a todas as horas lhe falam aos sentidos, sem aquela mínima preparação que lhe permita superar essas mesmas solicitações, quando não sujeita ao trabalho persistente e hábil de uma propaganda que se estabelece e nutre nos campos do desassossego social como no da inquietude espiritual da adolescência, preciso se torna olhar de frente este problema capital.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tem aqui a mais flagrante actualidade a renovação da ideia da criação de um Secretariado ou Subsecretariado da Juventude e Desportos para dirigir com plena autoridade e profícuo labor este vasto mundo.

E nem sequer os homens hão-de faltar. Alguns dos que passaram pelo sector do Governo bem conhecem e sentem os graves problemas com que se debate a mocidade.

Por outro lado, teria a maior relevância a criação, junto das reitorias das nossas Universidades, de um certo número de assistentes sociais universitários de ambos os sexos, que seriam um ponto de apoio seguro para a resolução de muitos óbices que se apresentam aos estudantes dos cursos superiores. Como vantajoso se faz que estes mesmos estudantes conheçam mais de perto a realidade ultramarina portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: pretendemos uma juventude bem armada para os inevitáveis choques da vida. Uma juventude com certezas fixas, para evitar aquela larga série de "desencantamentos" de que falou Loti.

Uma mocidade, como diria Rui Barbosa, que não só "madrugue" no ler, mas também no reflectir.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Exemplo que abundantemente nos fornece o maior educador contemporâneo da vasta família portuguesa!

São ainda do Sr. Doutor Baltasar Rebelo de Sousa, que à causa da juventude ofereceu o melhor da sua inteligência e do seu coração, as seguintes palavras:

Se queremos guiar os passos da juventude, importa que, antes de mais, saibamos guiar os nossos, para que na austeridade e verdade da nossa vida ela encontre confiança, segurança, certeza. Logo Virá a compreensão.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:

E que todos se sintam responsáveis perante a juventude: família, igreja, escola, organizações juvenis. Que todos coordenem a sua acção, sob pena de nada conseguirmos com actuações parcelares e desconexas.

Traçado está o rumo, necessário se torna dar-lhe execução!

Há horas em que é preciso erguer bem alto a voz para que, por cirna das discussões inúteis e das disputas estéreis, se erga a voz autorizada, solene, da Pátria.

E o murmúrio dos nossos mortos; a memória dos nossos heróis, as preces dos nossos santos, rompem num berro que traspassa as barreiras do tempo, um brado desesperado de alerta - a Pátria chama por nós!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Martins da Cruz: - Sr. Presidente: como acontece em relação à quase totalidade das províncias do interior, a Beira Baixa vive sobretudo da agricultura, à parte o núcleo industrializado da Covilhã. Daí resulta que da sua população activa cerca de 60 por cento se dedica às fainas agrícolas, percentagem que na zona ocidental do distrito vai mesmo a 75!

Sende, como é, a capitação do rendimento agrícola muito reduzida, já que em todo o País apenas 25 por cento do produto nacional bruto provém da agricultura, nada custa concluir quanto é modesto o nível de vida da grande maioria das gentes da Beira Baixa.

E a conclusão mais se reforçará considerando que, dentro da agricultura, nacional, o distrito de Castelo Branco datem uma das zonas de menor rentabilidade, com solos