porque por detrás da central da Tapada do Outeiro está a viabilidade económica de duas minas com cerca de 4000 operários.

vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Para os próximos anos as previsões dos consumos de carvão nas centrais térmicas da rede subordinada à disciplina do R. N. C., em ano médio, são as seguintes:

Ano hidrológico

1969-1970 ....

Isto dá a ordem de grandeza dos consumos previstos.

A participação dos nossos carvões pode ser aumentada a partir de 1966 se na produção térmica se der toda a prioridade à Tapada do Outeiro sobre os grupos da Térmica do Sul que virão a queimar fuel-oil. Critério de exploração que as previsões atrás citadas não consideram.

As minas de S. Pedro da Cova e Pé j ao consideram que para atingirem uma base sã de exploração necessitam que a Térmica lhes consuma um mínimo de 350 000 t anuais; para a sua sanidade económica pedem ainda um ajustamento dos preços do carvão da ordem dos 10 por cento, e que ele passe a estar ligado à escala móvel dos salários. Só se poderá atingir este mínimo de consumo desde que se dê toda a prioridade à Tapada do Outeiro sobre a do Carregado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Dentro da necessária coordenação económica, deve ser fixado o programa de fornecimentos das minas, para que elas possam tomar as medidas adequadas que assegurem esses fornecimentos.

Isto para as nossas minas de maior interesse industrial, as de antracite duriense.

Quanto às lignites de Rio Maior, que vêm logo a seguir em importância e que no decénio de 1953-1962 produziram uma média anual de 126 000 t, necessitam da ampliação do mercado consumidor para mais do dobro. Só assim poderão ampliar a capacidade extractiva e atingir o nível mínimo de que dependerá a sua vida sã.

Para a resolução do problema admite o projecto do Plano duas alternativas: ampliação para produções anuais de 310 0001 de lignite húmida ou para produções de 155 000 t/ano (1).

Devemos ponderar que as duas alternativas não são comparáveis, porque com a hipótese das 155 000 t/ano não se consegue O equilíbrio económico das minas.

O Sr. Sousa Birne: - Consegue o equilíbrio económico das minas à justa.

O Sr. Sousa Birne: - Portanto, não resolve o problema, dados, sobretudo, os grandes encargos contraídos, dada a situação deficitária que já hoje existe.

A solução é, realmente, bastante melhor, e é para isso que se devia tender: elevar a produção da mina às 120 000 t de lignites secas. A questão é que se possam vender.

As lignites de Rio Maior não são, evidentemente, de grande qualidade de carvão, mas são de carvão que pode ser consumido e que poderá ser vendido por preço de caloria não superior ao preço de caloria dos carvões importados. Se, por acaso, podem ser vendidas ao preço de caloria, mesmo com incómodo, a indústria nacional devia compreender que é muito melhor para a economia da Nação queimar os nossos carvões do que importá-los.

O Orador: - Estou inteiramente de acordo com V. Ex.ª. Aliás, no seguimento do meu trabalho eu digo que o problema só ficará resolvido com a solução correspondente a produção anual das 3100001 de lignites; para o resolver há que conseguir mercado e elevar os volumes de extracção.

O mercado seria alargado ou se algumas indústrias (cimentos, Soda Póvoa, -Socel, etc.) lhes consumissem determinados contingentes anuais, ou pela queima das lignites à boca da mina numa central térmica, ou utilizando-as noutros fins.

O relatório do subgrupo de combustíveis que serviu de base à elaboração do anteprojecto do Plano diz: «Parece apresentar, com efeito, reconhecida viabilidade a instalação de uma central com um grupo de 50 MW e 4400 à de utilização anual garantindo um consumo de combustível da ordem das 440 000 t/ano.

O Sr. Sousa Birne: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Tem a bondade.

O Sr. Sousa Birne: - A centrará boca da mina para os limites de Rio Maior é uma das soluções a considerar. Mas ponho esta dúvida. Será conveniente a montagem da central ao ritmo habitual?

Seria preferível a montagem de uma central, embora em menor potência, mas para um ritmo contínuo. Creio que para resolver o problema a central convinha ser à boca da mina; era, pelo menos, muito mais indicado.

O Orador: - Tenho a dizer que essa solução deve ser estudada.

O Sr. Sousa Birne: - Não, quero fazer a afirmação porque o problema merece ponderação e bastante estudo.

O Orador: - Do ponto de vista quantitativo, as minas não se esgotariam antes de 60 anos, permitindo, assim, a amortização das instalações mineiras e fabris.

É preciso estudar rapidamente a solução da central térmica à .boca da mina, sob o duplo aspecto de viabilidade económica e técnica, e em seguida determinar se a sua aplicação mais conveniente será para a queima ou outros fins.

Vozes: - Muito bem, muito bem!