Quadro comparativo dos consumos em relação a 1959

Combustíveis

Gasolina ....

Gasóleo ....

Fuel-oil ....

Percentagens de consumo dos diversos combustíveis

Percentagens

Combustíveis

Gasolina ....

Gasóleo ....

Fuel-oil ....

O consumo dos gases- liquefeitos está a subir a taxas anuais da ordem dos 60 por cento; para os outros produtos o fuel-oil é o que tem evoluído em ritmo mais acentuado, mesmo sem a sua queima na produção ter-moeléctrica. A grande central térmica do Carregado virá provocar no futuro um substancial incremento no consumo do fuel-oil. Como as nossas refinarias não podem cobrir esse incremento, muito terá de ser importado como produto acabado.

Há necessidade de prever os consumos de cada um dos diferentes produtos para dentro dos limites possíveis fazer a escolha qualitativa e quantitativa dos produtos acabados a obter a partir de uma quantidade determinada de ramas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: A não existência de ramas petrolíferas na metrópole tem feito com que a empresa refinadora as adquira de produtores estrangeiros por meio de contratos celebrados nas melhores condições possíveis.

Estes contratos são celebrados. a longo prazo, porque a laboração da indústria, e com ela o abastecimento do País, com produtos essenciais ao funcionamento de quase todas as actividades económicas nacionais exigem uma garantia de continuidade no fornecimento das ramas. E só com contratos a longo prazo se conseguem preços ou descontos na margem de refinação internacional.

Sobre os petróleos de Angola pouquíssimo se diz no relatório do subgrupo de combustíveis; apenas refere que em 1963 a Sacor comprou cerca de 140 000 t de ramas de Angola e que, por conta das companhias distribuidoras, foram tratadas em Cabo Ruivo em regime de processing, no ano de 1963, cerca de 67 000 t de ramas desta origem.

Em 1964 a importação das ramas de Angola subiu, atingindo as 242 374 t no período de Janeiro a Setembro.

Há que conciliar a necessidade de aquisição de ramas mediante contratos a longo prazo, com a participação da utilização das ramas de Angola, o que está muitíssimo condicionado pela escassez das reservas reconhecidas como certas até agora.

Sr. Presidente: O volume dos consumos previstos para os próximos anos excederá já em 1965 a capacidade de refinação de Cabo Ruivo, havendo por isso vantagem numa coordenação dos programas das refinarias de petróleo metropolitana e ultramarinas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A instalação da refinaria do Norte para entrar em laboração precisará de um prazo mínimo de três anos após a concessão e a definição das suas características.

Para que o novo complexo a erguer ao norte do rio Douro possa iniciar a sua laboração durante o ano de 1968 é urgente que se concluam as formalidades para outorga da concessão e se autorize o início dos trabalhos.

Ligada ao funcionamento da refinaria do Norte há uma ampliação do porto de Leixões, pelo que está em estudo a construção de um terminal petroleiro que servirá simultaneamente a refinaria e as instalações petrolíferas já existentes na periferia do Porto; o custo do terminal petroleiro deverá ultrapassar os 300 000 contos.

A refinaria do Norte evitará a importação do estrangeiro de muitos produtos acabados com vincada projecção na balança comercial do País.