veis (na opinião dos especialistas nesta matéria, especialistas do Grémio Nacional dos Industriais de Electricidade, do Repartidor Nacional de Cargas e do grupo de trabalho preparatório do projecto do Plano), para início de construção durante o triénio de 1965-1967, os seguintes novos centros produtores: Vilarinho das Furnas, no rio Homem, Fratel, no Tejo, Baixo Mondego, Valeira, no Douro, e outros empreendimentos.

A Câmara Corporativa considera indispensável concretizar desde já as datas de arranque de novas obras em cada um dos anos do Plano e propõe um programa de investimentos de 3,174 milhões de contos, isto é, cerca de 950 000 contos a mais em relação ao montante já inscrito no projecto do Plano Intercalar para as obras em execução ou decididas.

Damos o nosso aplauso à. Câmara Corporativa sobre a necessidade de arranque de novas obras em cada um dos anos de 1965, de 1966 e de 1967, e à necessidade de fixar datas para início das obras, mas, quanto ao esquema proposto como um dos possíveis vamos procurar melhorá-lo para cobrir os consumos permanentes com investimentos mais reduzidos no triénio e tornar o esquema mais benéfico para o interesse nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Para Vilarinho das Furnas está o projecto concluído, e, como se justifica pelas suas condições de rentabilidade, se nos princípios de 1965 lhe for dada ordem de arrancar, assegurar-se-á a continuidade de ocupação a equipamentos, quadros técnicos e mão-de-obra que tem estado a trabalhar nos estaleiros e nas várias indústrias ligadas às obras hidroeléctricas, além de permitir armazenar já a água do período húmido de 1967-1968.

O Baixo Mondego poderia arrancar em fins de 1965, ou o mais tardar em princípios de 1966, para começar a satisfazer já no ano de 1970 os fins múltiplos regionais a que se destina.

O empreendimento de Fratel poderia iniciar as obras nos princípios de 1966 para que o 1.º grupo produzisse energia na estiagem de 1969 e a Valeira ou a Régua poderia arrancar em l967 para entrar em serviço em princípios de 1972.

Ainda se poderá dar início II o último ano de vigência do Plano a outros empreendimentos que venham a revelar-se aconselháveis, designadamente os de Girabolhos, do Tua, do Alto Lindoso e Guadiana.

Este programa permitiria deslocar para 1969 à entrada em serviço do 2.º grande grupo térmico do Carregado, com vantagens para a ocupação da nossa mão-de-obra e para a indústria nacional, além da redução na importação de combustíveis, que poderá atingir cerca de 30 000 contos.

A cobertura das necessidades futuras põe entre outros, dois problemas a quem projecta o sistema produtor: produzir electricidade suficiente para abastecer os consumos permanentes e dispor de potência para cobrir as pontas do diagrama de cargas.

No que respeita às pontas da rede não haverá dificuldades no triénio de 1965-1967, e o esquema que se propõe permite a sua cobertura até fins de 1970. Para a satisfação dos consumos permanentes poderemos contar em cada ano com a reserva interanual, com Bemposta completa a partir de Maio próximo, o Távora para partir do início de 1965, um novo grupo de 15.5 M VA em Belver a partir de 1967, e em caso de deficiência transitória também podemos contar com a interligação Portugal - Espanha para apoio a partir de Espanha ou da França.

Nestas condições, o balanço entre os consumos permanentes previstos e as energias disponíveis para o ano seco será:

Satisfação dos consumos permanentes em ano seco

Em ano médio ou húmido os saldos reais serão muito maiores que os indicados neste quadro, o que permitiria a laboração das indústrias electroquímica e electrosside-rúrgica.

Estes saldos são para ano seco mesmo que se desclassifique potência térmica, decisão que devia ser ponderada porque talvez não corresponda ao interesse geral a desclassificação de potência térmica usada das redes secundárias, quando vários países mais ricos que o nosso conservam as centrais velhas até aos limites de rentabilidade, para delas se servirem de longe em longe quando necessitam do seu apoio. Daqui se chama a atenção do Governo para só deferir a desclassificação das velhas centrais térmicas já amortizadas quando elas já não possam servir o interesse nacional.

Vê-se pelo quadro V que em ano muito seco correspondente a um regime hidrológico com 95 por cento de probabilidade de ser excedido, o sistema proposto garante , satisfação dos diagramas de consumo e de carga até ao fim de 1970, dad o que o pequeníssimo déficit aparente de 1970 será coberto pela maior produção de Carrapatelo devido ao embalse no Tormes, mas também o poderia ser forçando a reserva interanual nas albufeiras ou recorrendo à interligação com a Espanha. Isto se houver