Dos Ministérios do Interior, Justiça Marinha, Obras Públicas, Ultramar o Comunicações, dando satisfação a parte do requerimento solicitado pelo Sr. Deputado Rui de Moura Ramos na sessão do 19 de Maio de 1064.

Da Junta Autónoma de. Estradas, acerca da intervenção do Sr. Deputado Alberto Ribeiro da Costa Guimarães na sessão de 21 de Fevereiro de 1964.

Do Ministério das Obras Públicas (Junta Autónoma de Estradas), acerca da intervenção do Sr. Deputado Manuel João Cutileiro Ferreira na sessão de 3 de Março de 1964.

Do Ministério das Obras Públicas (Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais), acerca da intervenção do Sr. Deputado Manuel João Cutileiro Ferreira na sessão de 3 de Março de 1964.

Da Junta Autónoma de Estradas, acerca da intervenção do Sr. Deputado José dos Santos Dessa na sessão de 4 de Fevereiro de 1964.

Estão na Mesa as contas das províncias ultramarinas relativas ao exercício de 1963 e o relatório da Direcção-Geral de Fazenda, do Ministério do Ultramar. Vão ser publicados no Diário das Sessões.

Está na Mesa um ofício da 2.º vara cível de Lisboa pedindo autorização para que o Sr. Deputado Serras Pereira possa depor como testemunha no julgamento da acção ordinária que António dos Anjos Marinho move contra Angelo Galamba de Oliveira e mulher. Consultado o Sr. Deputado sobre se via algum inconveniente para a sua actuação parlamentar em depor no referido julgamento, respondeu que não via inconveniente, pelo que submeto à Câmara a autorização pedida.

Consultada, a Assembleia, foi concedida autorização.

O Sr. Presidente:-Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Cid Proença.

O Sr. Cid Proença: -Sr. Presidente: Se bem traduzo o pensamento e o sentir da gente da minha terra, Viseu avalia por exacta medida quanto lhe toca e a empobrece a morte do seu grande bispo.

Foi-o durante 36 anos, difíceis e vividos. E ao longo desses 36 anos a imposição e o fascínio de uma personalidade tão forte e assim inconfundível tiveram arte de não deixar ninguém mediocremente indiferente.

Do orador ficou memória e diz-se; com a afiançada confirmação de Plínio Salgado, que dos de língua portuguesa foi um dos maiores do nosso tempo.

Os talentos naturais, a formação filosófica, a cultura, a raiz firmíssima das próprias convicções talharam, decerto, um orador excepcional, diferente sob muitos aspectos de todos os mais que ouvimos.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - E da estirpe rara de oradores que, pensando demorada e exaustivamente as ideias e improvisando depois em face do auditório as palavras em que as transmitem, conseguem do mesmo jeito ser profundos e impressivos, obrigam a seguir a linha do raciocínio e a penetrar a essência das questões sem prender mais do que baste à influência da expressão e à simples beleza formal.

Eloquente? Pois sem dúvida alguma.

Só importa acrescentar: eloquente, enquanto ensinava e atraía o seu discurso, mas também na medida em que a presença do Sr. D. José da Cruz Moreira Pinto, inabalável e significativa, falou sempre e sem margem para equívoco do que ele era e da missão que o determinava.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Para além das arestas do temperamento, aquela sua solidez na defesa das conclusões intelectuais a que ia chegando e das posições pastorais conscientemente assumidas soa-nos como poema de fidelidade intransigente à Verdade havida como tal. Quando era caso de afirmar ou de negar, o «sim» e o «não», como vinha das lições do Mestre, não consentiam adversativas nem rodeios: entre um o outro dos termos faltava espaço ao compromisso.

Vão mudados os tempos e às vezes parece requinte de sabedoria compor uma face das coisas que não desengane frontalmente do erro e a ninguém de todo. o contrarie. Não há que discutir o método, sabemos, isso sim, que é mais fácil. E sabemos também, até pela experiência dos séculos, que a conformação com o espírito do Mundo não contém o segredo infalível de profundamente e duradoiramente influenciar o Mundo.

Este grande bispo, de lúcida inteligência e clara vontade, era um português de indefectível portuguesismo. Se bem justificou a saudade e a dor unânime dos seus diocesanos, merece bem a voz da nossa admiração e a homenagem do nosso respeito.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - O sinal mais certo de que a memória do seu nome vai persistir, além da morte, está em podermos já hoje honrar-lha, quase não cedendo à emoção do momento, apenas com o discorrer de serenas reflexões.

Tenho dito.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Grande, Peniche e Porto de Mós não lhes fosse dada igualmente a oportunidade, que só de longe em longe surge, de aplaudirem e de tributarem também ao Chefe da Nação toda a simpatia, consideração, carinho e respeito que lhe votam. Dos cinco concelhos exceptuados, é certo que o de Porto de Mós ainda não há muito o recebera galharda e festivamente, mas os restantes quatro não tiveram ainda a feliz dita.