técnico eminente, é também uma das potências mais válidas da política nacional - dirigiu-se a Braga e ali, in loco, após ter corrido num dia cheio de sol os belos campos que a nova grande artéria vai atravessar, tomou a decisão que se impunha e que dado o incomparável prestígio de quem a ditava, foi fácil ser unânime e gostosamente por todos aceite.

Vai pois ser inaugurada na terra, do 28 de Maio, em Maio de 1966, uma via que será padrão a. honrar a cidade, o Regime e a engenharia portuguesa, de uma maneira especial o Ministro que a concebeu, ficando a servir largamente as muitas e incomparáveis possibilidades turísticas da região.

O Sr. Costa Guimarães: - E justo que se acrescente o merecido louvor à actuação de V. Ex.ª Compreendo que V. Ex.ª não o possa referir, já que o elogio em boca própria é vitupério, mas entendo dever realçar a acção de V. Ex.ª em prol das justas aspirações da cidade de Braga.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Agradeço a V. Ex.ª, mas devo dizer que tudo se deve ao Governo e a mais ninguém, e já agora devo dizer que espero que essa acção do mesmo se venha a estender a outras estâncias turísticas do Minho, como seja a nossa formosíssima Penha, que necessita de uma estrada à altura da cidade de Guimarães e que todos esperamos será o segundo empreendimento turístico, no campo das rodovias, a enriquecer a nossa província.

O Sr. Costa Guimarães: - Bem haja V. Ex.ª pela oportuna referência, e muito obrigado.

O Orador: - Espera-se que na mesma altura seja inaugurado o novo Hotel Bom Jesus, sendo de justiça neste momento dirigir uma palavra de simpatia à mesa regedora da confraria que administra a estância pela firmeza e clarividência com que está encarando o assunto, para o que não lhe tem faltado o apoio do Secretariado Nacional da Informação e o do muito ilustre Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho.

Fica aqui, pois, exarado o agradecimento de todos os bracarenses ao Governo e, de uma maneira muito especial, ao Sr. Presidente do Conselho, que Braga quer receber, com o entusiasmo com que o fez sempre, em 1966 - fazendo disso ponto de honra -, e ao grande Ministro Arantes e Oliveira, que no seu constante peregrinar por esse País além, tem sabido conquistar para o Regime um somatório incalculável de simpatias, o que se lhe torna sumamente fácil, dadas as qualidades humanas que possui e fazem dele uma das mais prestigiosas figuras do Regime.

Sr. Presidente: Se me fosse permitido fazer um pedido ao Sr. Ministro das Obras Públicas, seria o de que, na alameda que precederá a grande via, fosse desde já destinado lugar próprio para que oportunamente seja erguida a estátua que todos devemos ao grande marechal Gomes da Costa.

Gostava de ver em bronze, agora que estou quase velho, a figura do valente cabo de guerra na minha cidade como a vi em vida, era então quase criança, nas horas incertas e aflitas de Maio de 1926, perfilada perante o andor da Virgem Mãe de Deus Senhora Nossa e Glória do nosso Povo, consoladora dos aflitos, Mãe da Igreja e medianeira dos que nela crêem.

A homenagem ao marechal não seria só aos revolucionários do 28 de Maio, mas também ao soldado de África e da Flandres e ao capitão da índia, da Índia que foi, é e será portuguesa enquanto o direito existir à face da Terra.

Seria, enfim, uma homenagem merecida da Nação às virtudes que caracterizam as forças armadas, forças armadas que em 28 de Maio de 1926, como hoje e sempre, são as supremas fiadoras da grandeza e integridade da nossa pátria.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pinto de Mesquita: - Sr. Presidente: Pedi a palavra, de certa maneira comissionado pelos Deputados pelo círculo do Porto, para, através da minha pessoa, se prestar preito saudoso à memória do Prof. Melo Adrião, nosso colega nesta Assembleia e a que V. Ex.ª e a Câmara já prestaram a devida homenagem. Em todo o caso, directamente, nós, Deputados do Porto, mais atingidos, não poderíamos deixar de marcar aqui a grande perda que aquela figura representou genericamente para a Nação e particularmente para cidade do Porto e para a sua Universidade, para o seu ensino e até para a quotidiana assistência médica.

Se aqui pudesse estar presente, o nosso colega Dr. Urgel Horta, como decano dos Deputados pelo círculo do Porto, por um lado, e por outro lado como médico, seria a pessoa indicada para a homenagem a prestar ao Prof. Melo Adrião. Na sua falta, que todos esperamos seja já por pouco tempo, pois tenho informações de que são grandes as suas melhoras, tenho eu de o fazer.

Continuando as minhas considerações sobre o Dr. Melo Adrião, tenho a dizer que se tratava de uma personalidade excepcional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Era uma pessoa em que as qualidades de modéstia se associavam maravilhosamente com faculdades de invulgar inteligência e profícuo trabalho. Além das suas verdadeiramente excepcionais qualidades de honra e carácter, temperadas por grande bondade, era um exemplo ainda de qualificada capacidade científica, aliás, perfeitamente compatível com a mais vincada e vigorosa fé religiosa, como o demonstrou dirigindo o semanário católico A Ordem.

Vozes: - Muito bem!