aquele em que mais estão postos os olhos dos que sonham um Portugal mais robusto - um Portugal mais qualificado e maior!

Daí o resultar como prenhe de toda a lógica a ideia, já aqui lançada, de um Ministério do Turismo e da Informação.

Entretanto, compensa-nos sobremaneira a certeza de tão importante sector ter sido posto em boas mãos: o distinto Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho, Dr. Paulo Rodrigues!

Embora hoje uma tremenda força económica, para a qual se volvem as mais caras esperanças, encerra entretanto o turismo um tal número de implicações de toda a ordem, salientadas as de índole social e educativa, que importa desde já prevenir.

Antes de tudo há que considerar que, ao mostrarmos aos outros o que somas, ao desnudarmos o nosso modo de ser, revelando aquilo que vem sendo sempre idêntico, desde a nossa ancestralidade, iremos perder com o que materialmente ganhamos parte do que fomos, bastante talvez do que hoje somas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os contactos humanos são inflectores e reflectores; e, ao calor do seu amplexo, muito se ganha e se perde - tende-se para uniformização do pensamento, das ideias, dos costumes, das formas de vida!

Uma vez tomando-se conta deste facto, há que prosseguir no desenvolvimento das nossas possibilidades turísticas, enfrentando as realidades que surgem, observando-as à luz das mossas conveniências económico-sociais.

Mas, primeiro que tudo, há que respondermos à seguinte pergunta: estão criadas as infra-estruturas necessárias ao suporte da avalancha turística que se avizinha?

Melhor: há uma organização turística apta a receber a corrente humana que se prevê para o próximo triénio?

Depois, temos de notar que, para além das actuais insuficiências da nossa indústria turística, necessitamos de criar uma mentalidade própria, fomentando por uma consciencialização do problema turístico o clima favorável ao progresso e florescimento da que virá a &er a nossa mais preciosa, actividade industrial.

Por outro lado, não obstante os largos estímulos das instâncias oficiais, não tem a iniciativa privada nacional correspondido, por vezes, às perspectivas que lhe são oferecidas.

Desta forma, vem o capital estrangeiro suprir essa lacuna, e avisada será a política que o saiba acarinhar.

O Sr. António Santos da Cunha: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faca favor.

O Sr. António Santos da Cunha: - Quanto a esse ponto queria, dizer a V. Ex.ª que estou um pouco discordante.

Sem dúvida que nós precisamos de atrair o capital estrangeiro, mas temos de teu- muito cuidado. E a que se passa no Algarve, para mim, é verdadeiramente alarmante, porque daqui a pouco temos aquela linda província hipotecada aos Americanos, Ingleses e Alemães.

Entendo que deve a lei dar possibilidades de desenvolvimento de empresas onde a capital português esteja em maioria, mais a mais que nalguns pontos do nosso país o caso é verdadeiramente alarmante.

Peço a V. Exa, tão lúcido no seu raciocínio, que tenha estas palavras em consideração, parque são verdadeiras quanto a mim.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado. Mas, não obstante a contestação de V. Ex.ª, permaneço na minha ideia, porquanto, nessa altura, estaria na lei que permitis-se os investimentos do capital estrangeiro acentuar as limitações que implicam que esses rendimentos do capital investido fiquem em grande parte no nosso país.

O Sr. António Santos da Cunha: - Não me quero referir só aos rendimentos dos capitais, mas à preponderância que essas empresas vêm a exercer numa região como aquela e que forçosamente tem os seus reflexos de nacionalização. Isso, para mim, é o mais grave, porque vai activar aquele mal que V. Ex.ª apontou ao turismo, de virem essas empresas ao nosso encontro com ideias que não são as nossas.

O Orador: - O mal não está na vinda dos capitais estrangeiros, quando os nossos não acorrem; está sim nas consequências do fluxo turístico a que aludi. Quando os nossos capitais não acorrem, não parece que esteja no recurso ao capital externo a grande mal.

O Sr. António Santos da Cunha: - Quando acorrem capitais estrangeiros, entendo que é preciso grande cuidado .com eles sempre que se trate da compra de grandes extensões de terreno do nosso Algarve.

O Orador: - Afinal, verifico que estamos de acordo!

O Sr. Pinto de Mesquita: - Temperará o receio do Sr. Deputado António Santos da Cunha o facto de o investimento de capitais estrangeiros se fazer por vários países. Quando é assim, o periga não é tamanho, embora, já se vê, seja de considerar.

artística, ao passo que, em íntima cooperação com os órgãos locais, poderiam publicar-se roteiros regionais de turismo, realçadas neles, a par das riquezas atrás apontadas, as manifestações etnográficas e folclóricas e deles constando os marcos de interesse histórico, os museus, as estâncias balneares e termais, os centros de diversão e de artesanato, cujos primores em algumas localidades estão em risco de se perder!

A tudo isto há que acrescer uma nova política de crédito, mais ampla, sobretudo, quando os investimentos se