rés que temos nesses aspectos quanto à vida do País, nesse seu trabalho o Prof. Guilherme Rosa teceu considerações dignas da maior meditação, o que me levou a procurá-lo (honro-me, aliás, com a sua amizade) para me documentar sobre certos pontos desse trabalho e da sua oportunidade. Apraz-me dizer que a sua biblioteca de estatísticas mundiais não tenho dúvidas em a considerar como das mais completas do País em mãos particulares. E coube-me ver o que, para continuação do mesmo trabalho, estava já construído. Toda uma interessante e cuidada análise do poder económico da Europa, quer nos seus grandes agrupamentos, quer nas suas divisões geográfico-administrativas menores, à escala de regiões, departamentos, províncias, etc. Amavelmente me proporcionou a oportunidade de me servir de algumas das suas construções, que me permito tomar para um dos fulcros desta minha intervenção, já que as tenho como da mais alta pertinência no momento que passa. Sr. Presidente, prezados Colegas: Com efeito, indo-se mais longe do que à consideração do assunto do poder económico à escala de nação - subindo-se à consideração da escala por agrupamentos maiores (Mercado Comum, por um lado, E. F. T. A., por outro, e também o conjunto dos dois agrupamentos e ainda mais longe), e descendo-se à consideração das próprias grandes divisões geográfico-administrativas dos países em causa (portanto: distritos, províncias, departamentos, cantões, etc.) -, verificaremos (os números básicos constam de um notável estudo vindo a lume sob a égide do prestigioso instituto de crédito norte-americano The Chase Manhattan Bank nos princípios já deste ano de 1964 e reportado ao ano de 1962), pois, que das 433 divisões geográfico-administrativas das nações que constituem o Mercado Comum, das que, com excepção de Portugal, formam a E. F. T. A. e da Espanha, da Finlândia, da Grécia e da Irlanda: 363 dessas divisões (isto é, 84,2 por cento) estão, quanto ao por capita económico, em plano sup erior ao do distrito de Lisboa; 21 dessas divisões (isto é, 4,9 por cento) estão num plano entre os dos distritos de Lisboa e Porto, e apenas 47 das mesmas divisões (isto é, 10,9 por cento) estão abaixo do distrito do Porto!

Atentemos nisto: 84,2 por cento das divisões geográfico-administrativas das nações que ficaram apontadas têm uma economia activa por habitante superior ao distrito de Lisboa!, acontecendo que o comportamento da capitação do distrito de Lisboa anda hoje na ordem dos 16 contos - exactamente a meta que nos propomos alcançar para a capitação de Portugal continental lá para 1973, após cumprirmos o Plano Intercalar em apreciação e o mais que vier depois!

Mas, se da Europa ocidental formos para apenas o conjunto Mercado Comum + resto da E. F. T. A. (excluindo-nos, pois), então verificaremos que 97,2 por cento das suas 357 divisões geográfico-administrativas têm uma capitação superior à do distrito de Lisboa.

E (cada vez mais impressionante para nós, e mais impetrante de esforços nossos), se considerarmos apenas os países com os quais nos associámos na E. F. T. A. (isto é: Áustria, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça), veremos que 99,5 por cento das suas 189 divisões geográfico-administrativas têm uma capitação superior à que está consignada ao distrito de Lisboa, ficando o resto (0,5 por cento) ainda acima do distrito do Porto!

Para não ser fastidioso, passo adiante de um quadro - que os prezados colegas poderão ver no Diário das Sessões - no qual se insere, nação por nação, a capitação das divisões geográfico-administrativas da Europa ocidental, tomando-se como base de comparação as dos distritos de Lisboa e do Porto.

1962 - Poder de compra - Capitações