do espaço económico nacional, o que ultrapassa, em extraordinária escala, as programados e realizados no I e II Planos de Fomento.

É nota de justo destaque a impressionante capacidade financeira que se demonstra, tendo em conta, sobretudo, a especiais circunstâncias em que se tem processado a economia nacional, dominada pelas preocupações fundamentais de defesa do ultramar.

O esforço que se evidencia nalguns dos programas sectoriais, seja da metrópole como do ultramar, é extraordinário, e parou vá a Deus e aos homens, e sobretudo ao senso, espírito de coordenação e cooperação, e à tenacidade destes, que os anseios que se revelam se transformem em palpáveis realidades. Palpáveis realidades cuja consubstanciação se pode bem resumir na aceleração de crescimento do produto nacional, aproximando-nos de números aceitáveis que nos levem ao nivelamento dos países desenvolvidos.

Este objectivo de aceleração, cremo-lo nós, não é contudo devidamente contemplado, para garantia de prossecução, em determinados pontos fundamentais.

Aqui a razão das interrogações a que aludimos atrás.

um deles, quanto a mim o fundamental, a autêntica base, já aqui foi vivamente estigmatizado por bem fundamentados e esclarecidos depoimentos, dos quais destaco o do nosso ilustre colega Prof. Nunes de Oliveira, que se referiu às necessidades de instrução e de investigação em termos que merecerão cuidada e criteriosa meditação de quem tora a responsabilidade de elaborar e executar o Plano em causa.

Já aqui referimos, aquando da discussão do aviso prévio sobre educação, que a acompanhar as necessidades incontestáveis, e primeiras da defesa de integridade nacional devem andar e bem perto, as da instrução e educação, pois que também estas são de uma defesa suprema, irrefutável - a defesa da segura garantia do progresso económico, político e social da própria Nação!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Para não me alongar em redundantes considerações, limito-me à recomendação autorizada e respeitável que nos oferece a incisiva conclusão do parecer subsidiário da subsecção de Ensino da Câmara Corporativa, a merecer o mais caloroso apoio desta Assembleia, e onde se afirma:

concessão das verbas não se dê com o cancelamento

de verbas correspondentes nos respectivos capítulos do Orçamento Geral do Estado.

O Sr. António Santos da Cunha: -Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Outra interrogação que penosamente se nos deixa liga-se com a estreiteza dos investimentos previstos na agricultura, silvicultura e pecuária, em contraste com os problemas de primordial interesse nacional que se verificam nesses sectores.

Indica-se no Plano e para este capítulo um total de 2 829 000 contos. Note-se, e para o facto nos chama a atenção o parecer subsidiário da secção de Lavoura da Câmara Corporativa, que deste valor haverá que deduzir a verba de 940 000 contos que correspondem aos investimentos para a valorização rural - viação rural, abastecimento de água das populações rurais e electrificação rural -, que certamente não lhe cabem, como, por exemplo, não se incluem na indústria os gastos com redes de transportes, produção, distribuição de energia, etc. Em contrapartida, é mister acrescer ao valor previsto a parte do global sob a rubrica «Investigação e ensino», que concretamente se consigna à agricultura e que soma 40 000 contos. Assim, o valor real que a esta se destina é menos de 2 milhões de contos, seja menos de 5,5 por cento do total programado no Plano, com carácter prioritário.

São, evidentemente, pouco esses escassos 2 milhões de contos para uma lavoura com uma agricultura atrasa do e urgentemente necessitada de rápida recuperação que a arranque do escasso ritmo de crescimento de 1,2 por cento por ano do seu respectivo produto, número extremamente modesto, como ainda, recentemente, o afirmou o Sr. Ministro da Economia, e meus flagrantemente se o compararmos com o de 8 por cento do crescimento da indústria. E se é de desejar um bom desenvolvimento desta para progresso económico do País, não se deverá obliterar o paralelo da lavoura para se ter a certeza de poupar o País a graves problemas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Como já pude registar algures, e em fórmula lapidar, verifica-se na nossa agricultura um círculo vicioso em que o Estado não investe porque aquele sector não produz, enquanto, por outro lado, a baixa produtividade da agricultura se apresenta como consequência imediata de falta de desenvolvimento do que aos responsáveis de condução económica cabe orientar e fazer.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: - Estamos certos de que &e impõe uma mais generosa contemplação de, investigação agronómica sólida e uma assistência técnica em grande. Mas uma assistência que, efectivamente, se dirija à preparação especializada dos empresários e lavradores e a que estes se dêem, na. medida de responsabilidade que lhes cabe, para se dar um passo decisivo de rompimento em tão pernicioso e pertinaz círculo vicioso.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não me vou deter em mais alongadas considerações sobre a contemplação que ao Plano merece a triste e depauperada lavoura. Já aqui se diste o sufi-