João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

João Ubach Chaves.

Joaquim de Jesus Santos.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

Joaquim de Sousa Birne.

Jorge dê Melo Gamboa de Vasconcelos.

José Alberto de Carvalho.

José Augusto Brilhante de Paiva.

José Fernando Nunes Barata.

José Luís Vaz Nunes.

José Manuel da Costa.

José Manuel Pires.

José Maria Rebelo Valente de Carvalho.

José Monteiro da Rocha Peixoto.

José Pinheiro da Silva.

José dos Santos Bessa.

José Soares da Fonseca.

Júlio Dias das Neves.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela de Oliveira.

Manuel Colares Pereira.

Manuel João Correia.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

Mário de Figueiredo.

Olívio da Costa Carvalho.

Quirino dos Santos Mealha.

Rui de Moura Ramos.

Sebastião Garcia Ramires.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 67 Srs. Deputados. Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente: - Estão na Mesa os Diários das Sessões n.08 163 e 164. Estão em reclamação.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como não são apresentadas reclamações, considero-os aprovados.

Deu-se conta do seguinte

Vários a manifestar discordância com as afirmações do Sr. Deputado Amaral Neto sobre a indústria de lanifícios e a apoiar as considerações do Sr. Deputado Ubach Chaves sobre o mesmo assunto.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Colares Pereira.

O Sr. Colares Pereira: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Mentiria - e não quero mentir- se vos dissesse, e sobretudo a V. Ex.ª, Sr. Presidente, que a emoção que sinto agora ao encontrar-me nesta tribuna, a que tive a honra de pela primeira vez subir já vão passados vinte anos, era igual à que então sofri.

Mentiria - pois a minha emoção de hoje é maior ainda!

E porquê?

Foi no decurso desses vinte anos - há já alguns - que passou por mim a grave doença que, se milagrosamente me deixou a vida, em recordação me levou a voz.

Hoje, é com esse resto de voz que volto a dirigir-me a VV. Ex.ªs, depois de ter vencido, "e muito vence quem se vence", o grave complexo de não poder falar-lhes daqui, como o fazia antigamente.

Mas vim, aqui estou, para cumprir dois imperativos de consciência, que me levaram à luta comigo travada e que ganhei, pois subi de novo os degraus que conduzem a esta tribuna.

O meu primeiro dever vai ficar cumprido, Sr. Presidente, agora mesmo, e gostosamente, ao saudá-lo daqui, não no começo da Legislatura, já no fim, mas a tempo ainda de cumprir a velha praxe que deverá sempre ser mantida, pelo que tem de civilidade e tradição.

Para mim, dada a altura em que o cumprimento, é ingrata a tarefa, visto que todos, ou quase todos, já o fizeram, e assim, foram tantos os elogios, e sempre tão justos, que eu só poderia, afinal, fazer uma repetição.

Prefiro afirmar apenas, e é tudo, pois deixo falar o coração e obedeço ao espírito, ao dizer-lhe, Sr. Presidente, que é muito grande a minha admiração pela inteligência de V. Ex.ª, sempre manifestada, e agora mais ainda, na tarefa dificílima de nos dirigir na Presidência que honrosamente ocupa e que tanta vez nos recorda o grande mestre de Direito. Tenho sobretudo o grande prazer de afirmar a V. Ex.ª que possuo algo que nem todos podem ter, visto ser dádiva sua, a de ter a honra de uma amizade que há tantos anos nasceu, e se vai sempre tornando maior.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: O segundo dever que me impus vai também ser cumprido agora: relembrar daqui que, neste preciso dia, faz já 46 anos que morreu o Presidente Sidónio Pais.

Perdão, eu não quero dizer morreu, pois não diria bem. Só diria bem se a vida lhe houvesse fugido, tal como ela foge na definição magnífica do grande Vieira:

A vida é lâmpada acesa. Vidro e chama. Vidro que um sopro faz, e chama que outro sopro apaga.

Não, e não!

A vida de Sidónio Pais não se apagou nem lhe fugiu e Roubaram-lha, criminosamente! Ele foi assassinado nessa noite trágica de há 46 anos l

Tombou porque, em reuniões tenebrosas, nas piores alfurjas da Lisboa desses tempos, os conjurados, espumando ódios, haviam decidido escolheram caminho: meter na mão de um homem uma pistola, ensinar-lhe o manejo, e quando já soubesse pôr ò dedo no gatilho, ordenar-lhe que matasse!

A ordem foi dada! O tiro partiu:

Morreu o grande português, e ficou ferida uma Pátria!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não era, na minha geração, o primeiro tiro que se ouvia. Nós vimos duas vezes baquear e cair, com a pequena chama de um tiro, os dois homens que queriam fazer da Pátria o que nós tanto queríamos que ela fosse: el-rei D. Carlos e Sidónio Pais.