Estão neste caso, por exemplo, certos troços da estrada nacional n.º 1. nomeadamente no percurso de Vila Franca a Santarém.

O Sr. Serras Pereira: -Muito bem!

O Orador: - Na verdade, esta estrada, sobretudo desde o Carregado a Santarém, continua hoje, na maior parte do seu trajecto, a oferecer ao intensíssimo tráfego que serve as mesmas condições e estrutura com que foi construída há dezenas de anos.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Em certos locais é tão estreita que os cruzamentos e ultrapassagens, até de veículos ligeiro s só com grandes dificuldades e riscos se fazem. Tais riscos tornam-se mais graves quando se trata de ultrapassa veículos de carga, tractores e atrelados que, nessa zona de tão intenso movimento agrícola, e já hoje industrial, constantemente ali transitam.

O Sr. Serras Pereira: -Muito bem!

O Orador: - As curvas foram desenhadas nos tempos da mala-posta, e mais tarde apenas ligeiramente corridas. Os construtores nessas épocas não se preocupavam com os problemas da visibilidade e da segurança, hoje tão aguados, sobretudo se considerarmos as velocidades actuais.

Nas circunstâncias presentes, o automobilista desconhecedor do traçado da estrada, ao sair de uma curva, tem muitas vezes a surpresa de se lhe deparar um carro em sentido contrário ou um pesado camião a ultrapassar perigosamente.

As lombas constituem outro risco frequente, como o excessivo abaulado de certos trechos, que ; com frequência, os carros a perigosas despistagens.

Citarei ainda os chamados «portos de entrada», serventia das propriedades marginais e que não são construídos, como devia ser, em amplo semicírculo, de modo a possibilitar as saídas e entradas das propriedades servem para a estrada.

Vozes: -Muito bem

O Orador: - O mesmo se aplica às saídas das principais para os caminhos vicinais e azinhagas. Destas deficiências resultam frequentes situações de risco o automobilista que segue tranquilamente na sua mão e dentro das rigorosas prescrições do Código da Estrada.

Parece-me igualmente importante o problema da sinalização, que conviria aperfeiçoar e completar tanto quanto possível.

Ora, dentro desta ordem de ideias, se há rodovia que mereça as providências que aqui peço licença para solicitar ao alto critério e sempre manifestado espírito de servir do Sr. Ministro das Obras Públicas e da Junta Autónoma de Estradas, é a estrada a que me refiro, em especial, como atrás disse no troco do Carregado a Santarém. Não será de pedir, por isso ser, porventura, inviável no momento actual, que Santarém seja ligada à capital por uma auto-estrada. Mas julgo que cabe perfeitamente nas possibilidades do Estudo levar a cabo no distrito de Santarém obra idêntica à que tem sido executada, com louvável eficácia, em outras regiões, como, para citar um exemplo, na estrada de Cacilhas para o Alentejo, onde, pelo alargamento do leito, anulação de curvas, sinalização mais perfeita, desvios das povoações, consolidação das bermas e outros melhoramentos, se conseguiu potável encurtamento do percurso e acentuado benefício para a segurança do tráfego.

Julgo não se poder duvidar da necessidade de semelhantes melhoramentos na ligação de Lisboa para Santarém. Este distrito conta 21 concelhos de grande importância económica e bastante populosos. É servido por uma rede de camionagem de passageiros e de carga importantíssima Constitui passagem, consideràvelmente utilizada, no trânsito de Lisboa para o Norte do País, Fátima, etc. Centro da vasta e activa região ribatejana, tão importante do ponto de vista agrícola e comercial, e ultimamente vivendo um surto de industrialização em franco progresso, o distrito de Santarém confia no interesse e na acção do Governo em benefício das suas actuais condições rodoviárias e facilitação do trânsito pelo aperfeiçoamento das suas estradas.

Pela minha apagada voz, Santarém dirige o seu apelo para que sejam melhoradas as possibilidades do tráfego rodoviário, sem o que se verá prejudicada, por falta de transportes fáceis e rápidos dos produtos e das pessoas, a valiosa perspectiva de desenvolvimento já iniciada com as numerosas fábricas instaladas na região, de montagem de automóveis, de material agrícola, de sumos e concentrados de frutas e tantas outras actividades industriais.

Se esta necessidade de melhoria das condições do tráfego - e em especial da beneficiação das estradas - se impõe de forma permanente, eu penso que ela se torna imperativa neste momento em que o País, a fim de corresponder às imperiosas exigências da defesa nacional, tem de conseguir maior actividade económica, mais alta produtividade e produção, mais largo aproveitamento de todas as suas fontes de riqueza.

E para terminar, salientarei ainda que sendo o turismo um dos factores com que hoje se conta para a valorização do País, o distrito e a cidade de Santarém constituem, sem dúvida, um dos mais aliciantes motivos de atracção turística.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - A campina ribatejana, com os seus costumes, actividades, paisagens e tipos humanos tão característicos; a cidade, com a sua história, os seus monumentos, a maravilhosa paisagem dos seus arredores: a feição tão nobre, típica e acolhedora da população; e talvez presentemente em grau mais importante, a Feira do Ribatejo, que, pelo alargamento do seu âmbito, se tornou já num grande certame internacional de acentuado interesse turístico e económico: todos estes factores de valo-