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Para não maçar, passa-se adiante o quadro integral de distribuição, mas tem todo o interesse dizer que a maior densidade mineira corresponde aos distritos mais remotos, de maior debilidade económica e de mais difícil permeabilidade à consolidação industrial: Guarda, com 503 minas, Vila Real, com 449, Castelo Branco, com 224, Bragança, com 210, e Viseu, com 172. A vários deles pode dizer-se que a indústria mineira foi ]á a primeira que chegou, e o aspecto é sobretudo de ponderar - e a ele se deve estar atento - pela promessa que pode oferecer ao condicionamento da descentralização industrial que no País se impõe.

Mas o panorama da abastança concessionária entenebrece-se altamente ao verificar-se que, das 2412 minas existentes, apenas 140 dão sinais de actividade maior, menor e ínfima. Portanto, 94 por cento das minas, ou sejam 2272, estão totalmente paradas.

E o entenebrecimento revela-se ainda mais profundo se se disser que, das 140 minas consideradas em actividade, 116 têm produções unitárias de valor anual inferior a 1000 contos; e apenas 9 têm produções unitárias de valor anual de 1000 a 5000 contos; 8 de 5000 a 10 000 contos, e 7 são as grandes unidades mineiras, com produções anuais de 20 000 a 70 000 contos.

Com mais precisão, o valor global anual de 400 000 contos forma-se: 73 por cento da produção das sete grandes minas, duas nacionais e cinco estrangeiras: 16 por cento das oito sequentes minas, cinco nacionais o três estrangeiras, e 8 por cento de mais nove minas, de menor grandeza, oito nacionais e uma estrangeira.

E apenas 3 por cento do conjunto das restantes 116 minas.

Na sua maior parte estas 116 minas trabalham com irregularidade, melhor, acidentalmente, em organização e utilizando processos e meios mais que rudimentares: muitas são as chamadas minas «de pilha», em que o concessionário é muito mais comerciante que industrial. As 2272 concessõees paradas são, com excepção das que têm paragem transitória justificada de facto, na sua maior parte alvarás que dormem nas gavetas à espreita de negócio, ou que ventos oportunos as esclareçam ou desprezem. E pode de antemão afirmar-se: muitas serão desprezadas, mas as eleitas poderão bastar para muito melhor.

Inclui-se um quadro síntese, do simples expressão aproximada, da produção actual, por espécies mineralíferas.

Pirites de ferro cupríferas. - Ocupam desde há muitos anos o lugar do topo da- escala, com a produção anual de 650 000 t e um valor aproximado de 130 000 contos. A indústria química nacional está a absorver cerca de 300 000 t anuais, destinando-se as restantes 350 000 t à exportação Consequência da concorrência do enxofre elementar e ultimamente das, pintes da União Soviética, o mercado externo apresentou dificuldades nos últimos anos e os preços baixaram. A ameaça do enxofre elementar parece não se concretizar com a intensidade que de início se julgava, e a situação tem tendência a esclarecer-se de novo. Por sua vez, a indústria nacional prevê um consumo crescente, devendo atingir 440 000 t em 1967.

A produção pode aumentar consideràvelmente. A possibilidade dependerá não da causa mineira, mas da expansão que se souber dar à saída externa e ao progresso da utilização interna.

Carvões.-A produção anual de carvões está em cerca de 560 000 t significativas de um v alor da ordem dos 110 000 contos, e destina-se -e só poderá destinar-se-. ao consumo interno.

Por não produzirem mais, as minas atravessam vida difícil, e não produzem mais porque não conseguem colocar o carvão, apesar de a importação atingir a ordem de outras 500 000 t, num valor superior a 200 000 contos de divisas que saem.

Os nossos carvões são de qualidade inferior à dos carvões que se importam: têm mais cinzas e menus poder calorífico; podem ser mais incómodos, mas queimam-se sem