valores da vida nacional, daqueles que por onde passam deixam sempre largo testemunho de uma obra positiva que engrandece o Regime e beneficia a Nação E sem de modo algum esquecer a valiosa acção de outros, cito aí, como exemplo, os nomes do Prof Marcelo Caetano e do Dr Veiga de Macedo,

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - homens que a Nação se habituou a admirar, pela obra feita em todos os sectores que lhes têm sido confiados

Por isso não responsabilizo nem julgo homens. Se nem estes que venho de citar lograram levar por diante a tão necessária doutrinação política, sistemática e persistente, pedida pelo Sr Presidente do Conselho, então é porque tal não ó possível, e então será porque há no Regime poderosos condicionalismos que o não consentem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não vou ao ponto de dizer que um poder oculto consciente lhes dê vida, porque ignoro se assim bera Mas eles existem, ainda que resultantes de meros comportamentos de rotina, de indiferença, de egoísmo, de despeito, de falta de sentido da responsabilidade, de comodismo de excessiva confiança, de preguiça, se não mesmo de lamentável espírito de grupo adentro do próprio Regime

Vozes: - Muito bem!

ma a sua incapacidade na utilização dos meios de informação, de que audiência, quanto a este capítulo, dispõe ela junto da Nação?

O Sr António Santos da Cunha: - Nesse ponto tenho de manifestar a minha discordância com o que V Ex.ª acaba de dizer. À União Nacional tem cumprido as mais altas missões, que de forma alguma podem ser esquecidas, e promovido as vitórias eleitorais, que em algumas ocasiões não têm sido fáceis. Ela tem contribuído para que todas as grandes manifestações políticas se tenham feito com o brilho e eficiência que se tem visto, e lamento que V Ex.ª só esteja a dar relevância à primeira parte e não o faça quanto à segunda, porque a União Nacional tem cumprido com os seus fins dentro das circunstâncias

Eu faço parte dos quadros da União Nacional, tinha, portanto, de varrer a minha testada

O Orador: - Faz V Ex.ª muito bem em varrer a sua testada Mas eu tenho de dizer a V Ex que estou a comentar uma queixa pública do Sr Presidente do Conselho, pedindo-me V Ex.ª que me refira também à segunda parte dessa queixa Ora eu peco-lhe que abra o discurso do Sr Presidente do Conselho e me diga qual a segunda parte

O Sr António Santos da Ganha: - E aquela parte em que se refere à falta de facilidades que, desde há vinte anos, se vem deparando à União Nacional e que motivaram os justos queixumes de Salazar

O Orador: - Peço desculpa, mas eu que li, reli e meditei o discurso do Sr Presidente do Conselho, interpreto essa parte, como já afirmei há poderosos condicionalismos que se opõem à perfeita execução da doutrina da União Nacional

O Sr António Santos da Cunha: - Falar de tais condicionalismos é falar da falta de facilidades a que me quero referir

O Orador: - Eu refiro-me a certos condicionalismos que coarctam a eficácia dos meios de que a União Nacional dispõe Se não forem esses condicionalismos, esses meios funcionam eficazmente

O Sr Proença Duarte: - V Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz obséquio

O Sr Proença Duarte: - Lembro a V Ex.ª que talvez deva considerar-se como segunda parte aquela em quo o Sr Presidente do Conselho se queixa de nunca ter conseguido convencer os seus Ministros de que precisavam, para a sua acção, do apoio que só poderia ver-lhes da União Nacional Nós, os que desde o primeiro dia em que se criou a União Nacional fomos incorporados nos corpos dirigentes, fizemos campanhas lutando com dificuldades, corremos riscos de toda a ordem, fomos maltratados, e, apesar de tudo, a nossa fé manteve-se viva, vencendo-se todas as dificuldades levantadas quase sempre pelos inimigos do Regime

O Orador: - Eu irei referir-me ao apontamento que V Ex.ª focou. Mas, se não leva a mal quero fazer uma pergunta V Ex.ª também é dirigente da União Nacional