Se estes forem examinados durante uma série de anos, verifica-se que, partindo de 424 000 contos em 1950, já atingiram 1 162 000 contos, números redondos, em 1963.
Houve, assim, um aumento considerável, da ordem dos 738 000 contos. Este aumento está a elevar o serviço da dívida para o triplo dos encargos totais em 1950.
Há que ter em conta nestas cifras o peso dos encargos de empréstimos com aval do Tesouro para determinar a cifra dos encargos líquidos da dívida do Estado.
As amortizações e juros desses empréstimos em 1963 elevaram-se a 140 310 contos. Os encargos por juros em idêntica rubrica em 1950 aparecem como sendo 12 040 contos.
Apesar desta grande diferença que traria os encargos efectivos para 1 021 686 contos em 1963 e 411 940 contos em 1950, o serviço da dívida entre os dois anos, considerando o de 1950 igual a 100, aumentou para perto de 248. Este é um aspecto da vida financeira que necessita da ser visto com realismo.
Seria interessante fazer um estudo cuidadoso da aplicação da dívida nos últimos anos, incluindo os empréstimos em que há aval do Estado com encargos que se não projectam na dívida. Esse estudo poderá bem indicar a aplicação dos empréstimos e determinar claramente a sua reprodução medida pelo cômputo da relação capital-produto ou ainda pela sua influência na economia nacional num futuro mais ou menos próximo.
Se não for seguido o objectivo da reprodutividade poderão surgir surpresas desagradáveis no futuro. É sempre difícil remediar males passados, e o exemplo do que aconteceu em 1927 e 1928 deve ainda estar na memória de muitos.
Verifica-se a intervenção do Estado na actividade económica privada através do crescimento das amortizações e juros de empréstimos com seu aval. Sobressai no quadro o grande aumento de encargos desde 1961, e em especial entre 1962 e 1963.
Capital da dívida
Nas cifras que seguem indica-se o capital da dívida a cargo da Junta do Crédito Público.
Nos dois últimos anos o capital da dívida aumentou 6 809 900 contos. É uma soma muito grande.
Contos
Província de Angola (2 1/2 por cento) 600 000
Renovação da marinha mercante
880 500
Renovação e apetrechamento da
Província de Moçambique (4 1/2 por cento)................... 107 250
Província de S Tomé e Príncipe (4 1/2 , por cento).......... 51 000
As verbas maiores referem-se às renovação da marinha mercante, agora em regime de amortização, à província de Angola e à renovação e apetrechamento da indústria da pesca (469 700 contos).
Dívida efectiva
de contos
Consolidada 11 462
Amortizável interna 3 866
Com aval do Estado 2 108
21 662
No total inclui-se a dívida interna e externa e certificados de aforro, além do mencionado