Um rápido exame das cifras mostra que, à parte um outro ano, o aumento de encargos não ultrapassara os 50 000 contos até 1959. Aquela cifra foi apenas atingida em 1952 e 1956.

O grande aumento processou-se a partir daquele ano

Discriminação dos encargos A seguir discriminam-se os encargos nos últimos três anos.

Os aumentos deram-se tanto nos juros como nas amortizações, mas muito mais acentuadamente nos primeiros.

Com efeito, o aumento nestes elevou-se a 112 785 contos (587 068 contos e 699 808 contos, respectivamente, em 1962 e 1968). Nas amortizações o acréscimo foi menor (60 782 contos). É de notar que os juros se elevaram apenas a 470 150 contos em 1960 O aumento de juros teve lugar em grande escala na dívida fundada. Em 1960 os juros nesta rubrica somaram 386 055 contos e subiram para 589 693 contos em 1968. O quadro acima pode sintetizar-se no seguinte: Vê-se que os juros representam cerca de 60,2 por cento dos encargos, um pouco mais do que em 1962 (59,6 por cento), e que as amortizações (81,8 por cento) se aproximam de um terço.

Talvez valha a pena referir os encargos da dívida em relação às despesas totais e às receitas ordinárias. Tal como as cifras aparecem na conta geral, as percentagens são as seguintes, em cifras aproximadas.

Os encargos da dívida representaram em 1963 um pouco menos de 10 por cento das receitas ordinárias e são aérea de 13 por cento das despesas ordinárias. Os problemas da dívida pública, e em especial da dívida externa, estiveram estreitamente ligados às vicissitudes financeiras que o País atravessou no passado, e em especial no século que decorreu de 1830 a 1930 (1). E é conhecida a influência de vicissitudes financeiras na situação política de um país.

Assim, contrair dívida é fácil, mas num país com modestos rendimentos, o produto do empréstimo deve ser orientado especialmente num sentido reprodutivo, de rendimentos assegurados dentro do mais curto espaço de tempo possível.

(1) Ver Portugal Económico e Financeiro, Araújo Correu, pp. 4, 7, 8 e 18.