Nos ambiciosos planos de industrialização que se pretende levar a efeito, a existência de técnicos superiores, médios e outros é indispensável. Seria interessante, na análise do ensino superior, destrinçar a frequência por cursos e extrair das algumas conclusões.

Vejamos em primeiro lugar o que se passa nos estabelecimentos de ensino superior de carácter oficial.

Agrupado as cifras, obtêm-se os números que seguem:

As cifras mostram que os cursos de letras e ciências sociais, com 10 417 alunos, num total de 22 207, contêm 46,9 por cento dos alunos, os de ciências e técnica, 38,1 por cento e, finalmente, os de medicina e farmácia, 15 por cento.

A distribuição é a que segue:

Não são satisfatórias as cifras e pecam por dois defeitos. Em primeiro lugar, é baixa a frequência universitária l aluno por um pouco mais de 400 habitantes.

Em segundo lugar, o primeiro grupo, com cerca de 47 por cento dos alunos, mostra tendências que conviria corrigir O Pais necessita de cientistas e técnicos, sob pena de se atrasar cada vez mais do nível económico europeu.

Os territórios ultramarinos não poderão atingir o ritmo de progresso indispensável se a economia não for orientada por especialistas. Ora em 1962-1963 formaram-se apenas 163 engenheiros, 47 agrónomos e veterinários e 263 cientistas de várias especialidades. É manifestamente pouco para as necessidades. Mas o problema reveste aspectos ainda mais agudos, para não dizer graves, quando se considera que nos cursos médios industriais (3) de Lisboa e Porto a frequência naquele ano lectivo foi de 1954 alunos e que apenas se diplomaram 71 alunos. E temos então este estranho paradoxo de os diplomados do ensino médio

(electricidade, máquinas, civil, minas e química) serem menos de metade do de engenheiros.

No caso do ensino agrícola, nos cursos considerados de regentes agrícolas (3), o número de alunos matriculados elevou-se a 773 e concluíram o curso 65 sendo 6 no curso complementar para o ensino superior.

De modo que a situação neste aspecto transparece das que seguem:

conhece as necessidades da indústria e da agricultura e a situação em que vive a maior parte das explorações agrícolas e industriais não pode deixar de lamentar esta situação. 0 problema universitário ainda pode ser observado por outro prisma, que é o do custo do aluno diplomado em cada um dos grupos acima mencionados: