A despesa diminuiu cerca de 119 contos em 1953 e dividiu-se como segue:
Contos
Há ainda a acrescentar a esta despesa 29 998 destinados à electrificação de pequenos aglomerados rurais. Esta verba foi inferior em cerca de 2517 contos a de 1962.
Contos
Uma verba saliente nos encargos refere-se ao caminho de ferro de Rio Maior (643 contos)
Inspecção-Geral dos Produtos Agrícolas e Industriais
Contos
É na rubrica de pessoal que mais se faz sentir a despesa, com cerca de 79 por cento.
Os encargos preenchem uma grande parcela da diferença, com 1557 contos.
Na impossibilidade de dar uma larga resenha um destes serviços, procurar-se-á apenas vincar características fundamentais.
Não se individualizará a sua importância, porque todos eles têm valor basilar na vida económica e social do País, mas há vantagem em frisar as características de alguns e a falta de interesse que tem havido por outros.
Transportes fluviais
Com efeito, o País é atravessado por dois rios um no Norte e outro no Centro, que permitem a navegação fluvial e outros aproveitamentos económicos, em condições relativamente fáceis.
Este assunto mereceu estudo pormenorizado nestes pareceres há cerca de vinte anos, tanto no que diz aspeito ao Douro como ao Tejo(1), e o primeiro destes rios foi objecto de exame por peritos internacionais e nacionais que produziram sobre o seu aproveitamento estudos de grande interesse.
O Douro é susceptível de produzir no seu troco nacional grandes quantidades de energia, desde Barca dei Alva até à sua foz, e pode dar vazão aos minérios das cabeceiras do rio e a produtos do sector primário susceptíveis de serem explorados nas zonas do planalto de Trás-os-Montes, no Alto Douro e numa parte da Beira Alta.
(1) Parecer das Contas Gerais do Estado de 1943, pp 173 e seguintes.
O Tejo tem características fluviais ainda melhores do que as do Douro, numa extensão desde o porto de Lisboa à foz do Sever, e são necessárias apenas duas barragens, a de Almourol e a de Fratel, para ser possível, com arranjos entre Almourol e Lisboa, navegação fácil num longo percurso que atravessa o país de lado a lado Os aproveitamentos hidráulicos em Espanha, perto de Valença de Alcântara, onde se está construindo um dos maiores reservatórios de água da Península, e outros a montante e em diversos afluentes, e a projectada barragem no Chaparral para aproveitamento do Tejo internacional, podem assegurar possibilidades futuras na navegação até muito para o interior da Península Ibérica.
A regularização do rio por obras de grande relevo em Espanha, a futura reserva do Alvito, além do que já existe no Zêzere, tornam este rio um dos mais poderosos instrumentos económicos do País, em que as utilizações preenchem a gama da energia, da navegação, do abastecimento de água par a fins industriais e urbanos, e a rega de largas regiões de solos ricos. É doloroso, para quem olha, praticamente, estes problemas, reconhecer a pouca atenção que tem sido dada, nos tempos modernos, ao Tejo.
Ainda subsiste, contudo, a esperança de que o problema possa vir a ser tratado rapidamente um dia, tendo em conta a influência dos aproveitamentos do Zêzere no curso inferior, as possibilidades do aproveitamento das vastas quantidades de água oferecidas pelas albufeiras em Espanha e que correm risco de se perderem, além da futura retenção do Alvito e sua influência no troço médio. As quantidades de energia susceptíveis de serem produzidas no Almourol, Belver, Fratel-Tejo internacional e Alvito, as possibilidades de rega a jusante do Almourol, que domina por gravidade uma vasta área, o uso das águas na margem direita e esquerda para usos industriais, a influência sobre o turismo nacional de três lagos de grande beleza, numa zona acessível, a localização de indústrias no seu vale, entre as quais podem ocupar posição de re-