O parecer tem chamado a atenção do Governo para este grave problema, mas improficuamente. As dotações mantêm-se e são desviadas algumas vezes para obras grande vulto que deviam ter dotações especiais como ainda aconteceu este ano.

Por outro lado, o surto de turismo trouxe às estradas nacionais com entradas e saídas pelas fronteiras um movimento que se cifra em quase 100 000 veículos motorizados de matrícula estrangeira, acrescidos de 89 081 veículos de matrícula portuguesa, nas saídas. O aumento de veículos de matrícula estrangeira (o total foi de 99 308 carros nas estradas) atingiu num ano 32 360, o que é considerável. E, pelo que se sabe de 1964, as cifras dentro em pouco atingirão um nível muito superior, que ultrapassará 200 000 carros.

As linhas de penetração - Vilar Formoso, Valença e Caia-Lisboa - precisam de ser reestudadas e as ligações Lisboa-Algarve e Andaluzia-Algarve requerem tratamento urgente.

Não se vê como possa fazer-se uma atracção turística permanente com as actuais vias de penetração.

O problema rodoviário é, pois, de gravidade. Não o tratar como merece pode trazer prejuízos consideráveis à economia nacional. Desviar verbas para outros fins de menor projecção não se ajusta ao interesse nacional.

No quadro seguinte indicam-se as densidades de estradas por distritos:

Não há grande diferença entre as cifras de 1962 e 1963, e não admira, porque o aumento das estradas construídas foi muito pequeno - 28 328 km entre 1962 e 28 690 km em 1963, incluindo as estradas secundárias.

Movimento das fronteiras Já se deram algumas cifras para o movimento das fronteiras em 1963 A intensificação neste último ano foi muito grande, como se deduz dos números que seguem:

Repare-se que desde 1960 o aumento de catraias atingiu 111 356 veículos e que só em 1963 esta cifra se elevou a 46 726.

Estes números representam carros de matrícula portuguesa. Desdobrando-os, obtêm-se os seguintes:

Os carros estrangeiros suplantaram os nacionais pela primeira vez nas saídas.

Nos primeiros o aumento atingiu 31 105, o que é notável já, e tem tendência para se elevar grandemente. Grande número de países comparticipam neste surto de entradas de automóveis, destacando-se a vizinha Espanha e a França. Mas em 1963 houve progresso em quase todos os outros países europeus, como se conclui do quadro que segue: