Um exame do que pertence a cada província mostra melhoria no saldo negativo de Cabo Verde (28 900 contos), agravamento substancial na Guiné (100 000 contos), identidade no saldo positivo de S. Tomé e Príncipe (mais 700 contos), grande melhoria no saldo positivo de Angola (mais 102 600 contos), mais favorável saldo negativo em Moçambique (111200 contos), muito menor saldo negativo em Macau, que passou de 1793 600 contos para 612 400 contos, e, finalmente, também menor saldo negativo em Timor (24 500 contos).

De um modo geral estes elementos definem as economias provinciais: Angola e 8. Tomé e Príncipe com saldos positivos e as outras províncias com permanência de saldos negativos, acentuados no último ano na Guiné.

Comércio com a metrópole A metrópole continua a ser o grande fornecedor e o grande consumidor de mercadorias, e espera-se que as recentes medidas no sentido de integração económica produzam ainda melhores resultados.

A metrópole importou do ultramar 2 701 000 contos em 1963, mais 579 000 do que em 1962, e exportou- mais 467 000 contos do que neste ano. O saldo da metrópole caiu para 157 000 contos.

No quadro que seguidamente se publica pode ser observado o movimento das diversas províncias com a metrópole:

É interessante notar que a metrópole comprou 1 204 000 contos a Moçambique e para lá exportou apenas 980 000 contos. Deu-se o reverso com Angola.

O comércio com as províncias do Oriente é muito pequeno, tanto na importação como na exportação. Este problema precisava de ser visto, porque tanto Macau como Timor podem absorver maiores valores de produtos metropolitanos.

Macau tem condições para ser um entreposto de produtos portugueses.

A seguir dá-se a súmula do comércio exterior da metrópole e do ultramar:

20 722,2

Diferença ..... 8 527,4

Vê-se pelas cifras que a importação total da comunidade se aproxima de 29250000 contos e a exportação está à porta dos 21 000 000 contos. Houve progresso, entre 1962 e 1963, nas importações e exportações, na metrópole e no ultramar.

Não se conhece o dia de amanhã. Através de dificuldades de vária natureza e de insuficiências que poderiam ter sido satisfeitas, as cifras do comércio externo como indicativo da conjuntura económica, considerando toda a comunidade, parece estarem a melhorar. A melhoria não satisfaz, dada a grande capacidade de consumo na metrópole e no ultramar.

Quem se debruçar sobre as cifras vê atrás delas uma série de desvios que poderiam talvez evitar-se. Entre eles apresentam-se com clareza, no investimento originado no Estado, em empréstimos ou outras receitas, hesitações no destino das verbas. O que mais interessa neste momento no ultramar é uma política que origine acentuado aumento nas exportações. Não se vê a razão por que há tanta demora na instalação da indústria do peixe em Cabo Verde e Moçambique, por que se atrasa a reconstituição de idêntica indústria em Angola, por que se não aumenta a produção de açúcar e algodão, além de outros produtos vegetais de fácil venda na Europa, como bananas, abacaxi, oleaginosas e outros.

Não se pretende a implantação de indústrias de um jacto, mas o que já se fez em Angola, em matéria de minérios e de celulose, pode ser repetido em outras formas de actividade, tudo orientado no sentido de neutralizar consumos internos e promover maiores valores na exportação.

Os planos de fomento deveriam ser orientados neste sentido. As infra-estruturas demasiadamente caras reduzir-se-iam ao necessário, com o objectivo de assegurar produtividade adequada nas empresas que produzem para exportação. Poderiam ser alargadas com as exigências do desenvolvimento económico.

Talvez que razões de atrasos sejam, por um lado, as dificuldades de natureza burocrática e, por outro lado,