As condições económicas de S. Tomé e Príncipe não se modificaram sensivelmente durante o ano de 1963. As produções mantiveram-se na ordem de grandeza de anos anteriores, com quebra apreciável na copia e no coconote e recuo no café. Se não fora a melhoria nos preços do cacau, que aumentou a sua exportação em 531 t, a situação da balança do comércio seria consideràvelmente enfraquecida.

A província, em matéria de produção, estagnou. A custo se obtêm num ano as produções de anos anteriores. A exportação de cacau, que continua a ser a base da estabilidade económica, foi menor em 1963 do que em [...].

Embora se possa dizer que naquele ano houve recuperação sensível, em relação à média da década que o precedeu, ela pode ser atribuída a factores alheios ao esforço humano.

Parece não restarem dúvidas sobre as causas de baixa produtividade dos solos, e também estão à vista remédios a aplicar para as melhorias indispensáveis. Mas os planos de renovamento são muito discutidos, levam tempo a esclarecer, como se fossem problemas transcendentes, e as medidas a adoptar saem fora do que em geral se considera fomento em termos oficiais. Daí resulta que à parte melhores comunicações derivadas das obras executadas à sombra do plano rodoviário, a influência dos planos de fomento pouco se fez sentir na fácies económica da província, pelo menos até agora.

A monocultura é uma característica da produção de S Tomé e Príncipe. O cacau continua a influir na exportação por cifra da ordem dos 73 a 75 por cento, variando com as condições climáticas. De modo que uma escilação acentuada nos mercados internacionais, ou condições pluviométricas e outras, deficientes, trazem abalos que se repercutem em muitos aspectos da vida da província, e, entre eles, na sua vida financeira.

Dificuldades de mão-de-obra, tratamentos agrícolas, mecanização insuficiente, árvores antigas declínio, investigação agronómica nula, ou quase nula até há pouco s anos, doenças nas plantas e outros factores estão na base das dificuldades de S. Tomé e Príncipe.

Todas elas têm remédio e conviria aplicá-lo com energia.

Mas o problema angustioso, assim se pode (dizer, é o a monocultura - um ou dois produtos, sujeira a grave ascilação nas cotações, a amparar a vida económica.

É por isso que merecem louvor os esforços que parecem estar em vias de ser intensificados no sentido de introduzir novas culturas, como a da banana e a no ananás.

Se fosse possível produzir quantidades visíveis, econòmicamente, destes produtos e exportá-los para mercados europeus, a economia da ilha poderia modificar a sua estrutura

A diversificação na produção tornaria menos aleatória a balança do comércio e também a de pagamentos, que depende inteiramente dela.

A investigação e progressos no cultivo, de modo a aumentar a produtividade do que existe, e a introdução de novas culturas, tais como as que estão agora em estudo e outras, poderiam transformar, em relativamente poucos anos, a vida de S Tomé.

Mas nunca deve ser esquecido que o problema da mão-de-obra é a base em que deverá assentar a nova estrutura.

Comércio externo Em 1963 o saldo da balança do comércio subiu para 22 370 contos. O aumento foi modesto, mas já é consolo ele ter-se mantido, dada a quebra nalgumas produções, como se nota a seguir.

Não se compreende muito bem a quebra na produção de copra e coconote, cerca de 1000 t na primeira e de 400 t no segundo. No ano passado puseram-se esperanças na produção de copra, mas a realidade veio demonstrar serem vãs essas esperanças.

Foi a melhoria no cacau, com a produção de mais 55 t, e a cotação mais alta neste produto que salvaram a balança do comércio em 1963. Às suas exportações foram porém menores. No ano agora sujeito a apreciação melhoraram os valores da importação e da exportação, como se verifica no quadro que segue.