É verdade que o deficit da balança do comércio se agravou porque aumentaram as importações para cifra alta, da ordem dos 494 milhões de patacas, e que o deficit da mesma balança é exagerado na aparência. As cifras destoam bastante de outras similares nas províncias ultramarinas do Ocidente, como Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Guiné. Mas as condições de Macau são muito diferentes. A província é constituída quase só por um aglomerado que vive do comércio e da indústria em menor escala e tem de importar os alimentos, em sua grande parte, e as matérias-primas para as indústrias.
Não há elementos que permitam o cálculo da balança de pagamentos, mas o exame das disponibilidades do banco emissor, no fim do ano s ujeito agora a apreciação, mostra um considerável reforço das disponibilidades em moeda estrangeira. Desde 1961 estas subiram de 35 353 000 patacas para 61 255 000 patacas. Transformando a cifra em escudos, nota-se um grande aumento em pouco tempo.
O comércio externo não é, pois, indicativo seguro da situação económica. Os invisíveis representam no equilíbrio cambial um elemento de grande relevo.
Assim, a proporção da percentagem das reservas legais sobre as responsabilidades à vista eleva-se a 78,3 por cento, o que assegura um valor estável a moeda, reforçado ainda pela proporção dia caixa e depósitos à ordem.
Nestas condições, é possível melhorar muito a actividade interna.
As principais produções de Macau em 1963 consistiram em artigos com feição preponderante - o artesanato.
Uma lista de produções dá ideia da actividade industrial da província:
Milhares da patacas
Além destes produtos, com mais de 2 milhões de patacas, há uma infinidade de outros, quase todos do artesanato, como artigos de ferro esmaltado, de couro e fibras, cigarros, lenços de fantasia, louça pirogravada, malas, pivetes, com quantia superior a 1 milhão de patacas.
A actividade da província é variada, baseada no labor manual. Talvez pudesse introduzir-se a industrialização nos têxteis e em outras actividades, como a dos produtos químicos e mais.
Comércio externo
Foi possível, em anos passados, reduzir gradualmente as entradas de produtos do exterior, e as medidas tomadas com o objectivo de melhorar a balança do comércio activaram a exportação, principalmente para o estrangeiro. Mas em 1963 a importação aumentou muito, e o acréscimo na exportação não compensou esse aumento. Daí um deficit bastante maior, como se verifica no quadro seguinte:
As cifras dão ideia das condições económicas de Macau no que diz respeito ao comércio externo. É natural que não incluam diversas exportações. Os invisíveis superam as faltas.