Executiva, quer nas comissões distritais e concelhias, merecem de nós todos pleno e vivo reconhecimento muito que fizeram em tão ingratas circunstâncias

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não fosse o enorme valimento dos seus nomes ilustres e honrados a reforçarem indefectíveis sentimentos de fidelidade à Patuá e a Salazar e muitas hostilidades e das perplexidades que afligiram, em minadas alturas, a Situação e o País, talvez não pudessem ser eliminadas só com a vontade decidida e a firmeza inabalável das forças armadas.

Há, pois, que acabar, por qualquer forma, com todas as indiferenças e todos os mal-entendidos que ora sentiram sectores atentos ao mesmo credo.

E, para isso, indispensável e que todos se convençam de que a política, a despeito de todos os seus defeitos, é ainda a grande força que ostenta e promove as boas relações entre os homens.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Eu sei que os progressos da ciência deram à vida tal ritmo e tal predomínio do material sobre o espiritual que a técnica impera como deusa omnipotente no mundo actual.

A técnica só por si não pode, porém, resolver todos os problemas humanos que estão na base da angústia dos nossos dias.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Necessário é, pois, que os governos se não deixem absorver totalmente pelo seu fascínio e que no meio das suas imensas preocupações e dos seus números afazeres haja sempre lugar para a política, que é afinal, não a importuna que se não deseja ou a inimiga que se não confia, mas a fiel e vigilante aliada de todas as horas, que os ajuda a manter e a atingir os supremos fins do bem comum.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E se é pertinente pede-se aos mais altos gestores da administração pública semelhante atitude, com igual ou mais forte razão se deve solicitar ou exige igual comportamento nos outros escalões da sua hierarquia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A União Nacional tem de ter maior audiência junto dos Poderes Públicos, para que maior seja também o seu prestígio e a sua eficiência perante as populações a conquistar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ela tem realmente necessidade urgente do intensificar, através do seu Gentio de Estudos Político-Sociais o dos seus mentores a doutrinação que persuada o que melhor ajude a escolher o rumo certo das conveniências nacionais.

O Sr. Antão Santos da Cunha: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor!

União Nacional, mas da falta de compreensão do Governo pela necessidade de apoio da União Nacional. Era pois aí que o Sr. Deputado Martins da Cruz devia ter começado.

O Sr. Presidente do Conselho veio declarar ao País que, ao fim de tantos anos, não conseguiu que o Governo reconhecesse a necessidade de um apoio político que - são palavras suas - «só a União Nacional lhe podia dar». Partindo dessa premissa, estava explicada a inoperância da União Nacional. Ora o modo como o Sr. Dr. Martins da Cruz pôs a questão parece dar a entender ao País que o Governo não tem apoio político porque a União Nacional não lho sabe dar.

Por isso eu felicito V. Exa., pois que se movimenta no meu pensamento. Primeiro tem de ver-se a quem tocam as principais culpas, e, depois, as culpas subsidiárias, mas não vamos passar uma esponja sobre as responsabilidades maiores apenas para culpar aqueles que têm responsabilidades menores.

Eu também fiquei inquieto com a maneira como o problema foi posto pelo Sr. Dr. Martins da Cruz, porque não corresponde, na sua linha essencial, ao pensamento do Sr. Presidente do Conselho, ou melhor, do Sr. Presidente da Comissão Central da União Nacional, que se queixou em primeira linha do Governo que não conseguiu convencer da necessidade de um apoio político, que só lhe podia vir da União Nacional.

A esperança que temos é que a União Nacional se dedique a uma doutrinação capaz, mas é necessário que o Governo se convença de que precisa do seu apoio.

O Orador: - Tenho que agradecer muito a V. Exa. o seu apoio, não por ser mais um testemunho a reforçar a ideia com que havia ficado da intervenção do Sr. Deputado Martins da Cruz - porque isso seria o menos -, mas pelo esclarecimento mais lato que dá do meu pensamento e ao meu trabalho. Todavia, julgo que toda a minha intervenção defende por forma bem expressa os pontos de vista de V. Exa.

O Sr. Martins da Cruz: - V. Exa. vez que fui novamente interpelado?

O Orador: - Faz favor!

0 Sr Martins da Cruz: - Pedi permissão para dizer o seguinte na minha modesta intervenção também me referi às culpas que possam caber não ao Governo, mas aos governos o que é algo diferente. Eu também me referi a esse aspecto