Da minha intervenção ressalta que há duas queixas do Sr. Presidente do Conselho, uma das quais por motivo de ordem histórica. Já não é a primeira vez que o Sr. Presidente do Conselho se refere à falta de doutrinação da União Nacional. Já em 1948 o Sr. Presidente do Conselho sentiu a necessidade de escrever e pedir se já não havia ninguém no Pais que ainda pudesse tomar a seu cargo a doutrinação. Preferi este aspecto histórico do discurso do Sr. Presidente do Conselho.

Das duas queixas do Sr. Presidente do Conselho insisti, sobretudo, na de ordem histórica, e que se refere à União Nacional.

Para mim, ao contrário do Sr. Deputado Antão Santos da Cunha, afigura-se-me que a culpa fundamental da parte dos governos também existe por parte da União Nacional, na medida em que considero a queixa do Sr. Presidente do Conselho como que um grito por falta de doutrinação política.

Se se (...) dos estatutos da União Nacional este objectivo de doutrinação, ela ficará com algo que suponho não ser suficiente para justificar a existência da União Nacional.

O Orador: - Não há o propósito de retomar da União Nacional o aspecto da doutrinação. Pelo contrário há o desejo de o reforçar.

O Sr. Martins da Cruz: - Quais foram no distrito de V. Exa. as iniciativas de doutrinação política nos últimos quatro anos?

O Orador: - Tudo quanto referi atrás, no decurso desta intervenção, se passou exactamente no meu distrito, sem que tenha importância saber-se se, em determinado ano, casa doutrinação foi mais débil ou mais intensa.

Pausa.

O Orador: - Para isso ela carece não só de homens cultos e dedicados que a esta missão estejam dispostos a entregar o cérebro e o coração, mas ainda da completa aceitação, da boa compreensão e do real e efectivo auxílio de todos, quantos tenham responsabilidades no Regime, incluindo os governantes.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

e todas as vicissitudes, os fiéis portadores de uma mística durante uma longa caminhada de mais de trinta anos. Merecem, pois por direito próprio, a consideração e o agradecimento de todos nós.

Com eles se tem de contar ainda, bem recear que as «duras incompreensões» ou as amarguras sofridas aflorem, como primaciais, de entre os sentimentos de patriotismo e de inflexível fidelidade ao Regime que os dominam.

Todos se encontram fielmente retratados na atitude digníssima que dimana da prosa tensa do excelente discurso do nosso ilustre confiado Dr. Veiga de Macedo aquando da transmissão de poderes ao novo presidente da Comissão Executiva, e cada um, de per si, poderia subscrever, com merecimento e orgulho o seu remate, dizendo «Enfim, com a ajuda de Deus hei de ficar sempre o mesmo fiel aos princípios e também aos chefes por amor dos princípios».

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Também não posso deixar de endereçar ao novo e também muito ilustre presidente da Comissão Executiva da União Nacional, bem como aos Ex.mos Vogais que o acompanham, as mais vivas saudações e os mais expressivos desejos de felicidades na nova e difícil campanha que, decidida e estòicamente, vão encetar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É para estes «novos» soldados de uma velha causa, em que todos já são condecorados veteranos, que se volvem as nossas melhores esperanças.

O apelo à unidade, que trazem por divisa, soou já, na primeira sessão, como clarim que toca a reunir.

Que as vibrações desse apelo cheguem a todos os recantos das almas e das terras, na mais estreita comunhão de ideias e de ideais, são os votos que, sinceramente, lhes desejo, para maior glória de Portugal.

Tenho dito!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Esta Câmara, a que V. Exa. com tão alta dignidade preside, pode encarar esse juízo de fronte erguida, de caia descoberta, pois bem tem sabido cumprir o seu dever não iludindo a confiança daqueles que propuseram os seus membros ao sufrágio nem o mandato que o eleitorado lhe confiou.

Sem deixar de louvar o que louvor merece, e é muito a Assembleia tem cumprido o seu dever de fiscalização, denunciando abusos e desvios, apontando deficiências e pedindo que se tomem as medidas necessárias ao desaparecimento dos primeiros e ao remédio das segundas