mens da boa vontade que nele vivem e trabalham, sejam pretos, brancos ou mestiços.

Que a voz da razão seja ouvida e que a luz do bom senso ilumine e esclareça os espíritos dos que, enfurecidos pela sanha do pior racismo que já apareceu sobre a terra, não compreenderam ainda que a África é um continente quase despovoado, onde há espaço para todos e onde todos poderão viver em harmonia fraterna, trabalhando pelo engrandecimento dos seus países.

Para quê o ódio, se do ódio só ficam ruínas, lágrimas e sangue? Para quê ó ódio, senhores, se o ódio nada resolve?

Sr. Presidente: - Vou concluir, pondo nas minhas últimas palavras uma mensagem de esperança. A esperança de que terminem para sempre as lutas, vãs e infrutíferas, que estão a fazer recuar o continente africano para a penumbra da barbárie, a esperança de que volte a haver entendimento e fraternidade entre os homens que habitam esse grande continente do futuro, a esperança de que nele se estabeleça, definitivamente, uma verdadeira sociedade multirracial, feita de harmonia e compreensão, a esperança de que a África portuguesa seja, entre todos, o maior e melhor exemplo a seguir na forma de constituir e consolidar essa sociedade multirracial, que poderá resolver todos os problemas do continente cujo solo tem sido inutilmente regado pelo sangue das vítimas de um ódio incompreensível e inaceitável neste avançado declinar de um século que iluminou, com o brilho fulgurante das suas conquistas no campo do progresso, todas as páginas da história da humanidade.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

é, as peças chamadas «leis de meios», ou quando, como agora, se aprecia a sua execução, isto é, as vulgarmente chamadas «contas públicas» -, sempre considerei, dizia, que tais peças são propícias as mais variadas considerações, agradáveis ou não. Considerações que, assim, bebidas nas fontes numéricas da vida nacional, não raro se tornam em conceitos de mais ou menos profundo alcance, pela via directa ou indirecta desse grande escopo dos pensadores de todos os tempos chegar-se do quantitativo ao qualitativo.

Desejo, nos trabalhos de apreciação das Contas de 1963, abordar apenas dois casos, os quais, porque os considero de alta importância, pelo menos para os pontos de vista que a tais casos me trazem, muito me agradaria ter a eloquência necessária para deles impor convencimentos em quem quer que fosse, como os tenho em mim, e são esses dois casos.

As informações estatísticas oficiais entre nós, e a posição accionista ddo Estado em empresas de vária ordem normalmente surtas da mera actividade privada.

e é costume ver-se a escoltar devidamente raciocínios, conclusões e figurações finais de expressão reversível às fontes informadoras.

E tanto é verdade que faltaram as estatísticas medulares e periféricas que nesse mesmo Plano se considerou que elas seriam um dos escopos do próprio Plano!