e do País vou formular ao ilustre Ministro da Educação Nacional.
Com a aprovação unânime do conselho escolar e o mais completo e caloroso apoio das Exmas. Autoridades e Forças Vivas locais foi proposto pelo Exmo. Sr. Director da escola Industrial e Comercial de Évora o funcionamento nessa Escola, e já no próximo ano lectivo, das disciplinas equivalentes à alínea g) a que se refere o artigo 11.º do Regulamento dos Institutos Comerciais, completados pelo Decreto n.º 42 584, de 15 de Outubro de 1959.
Como razões justificativas do que se pretende, permito-me, Sr. Presidente, repetir, nesta Câmara, as superiormente apresentadas.
Foi recentemente criado nesta cidade o Instituto de Estudos Superiores de Évora, que poderá contribuir, de forma notável, para um maior desenvolvimento do ensino técnico, tão necessário nesta importante zona do País.
De facto, o funcionamento naquele estabelecimento de ensino superior de uma secção de economia dar aos alunos desta Escola e das escolas técnicas mais próximas que frequentam o curso geral de comércio e demonstrem as indispensáveis aptidões intelectuais a possibilidade de ingressarem num curso de grande valor profissional e de inegável interesse e oportunidade para o progresso económico do Alentejo.
Presentemente, porém, para que tal suceda, torna-se necessário que, uma vez concluída com aproveitamento a secção preparatória para a admissão ao Instituto Comercial, os alunos interessados se desloquem para Lisboa e ali permaneçam cerca de dois anos, a fim de frequentarem, no referido Instituto, as disciplinas equivalentes à alínea g)
Ora, são exactamente estas deslocação e permanência que constituem um problema difícil para a maior parte das famílias, por vezes impossível de resolver, por manifesta carência de recursos financeiros.
Por este motivo, a criação do Instituto de Estudos Superiores de Évora deu novo alento a um desejo já manifestado e que agora inteiramente se justifica de funcionarem na cidade estudos comerciais de nível médio que possibilitassem a articulação directa desta Escola com aquele Instituto sem obrigar os alunos às deslocações dispendiosas e quase proibitivas que já referi.
O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!
O Orador: - Seria, aliás, a ligação lógica entre dois estabelecimentos de diferentes graus onde se professa um ensino técnico de cuja planificação fazem parte as mesmas disciplinas nucleares, tais como a Matemática, a Economia, a Contabilidade e as Línguas.
E se a austeridade das despesas públicas imposta pela guerra que nos moveram em África não permite, pelo menos de momento, que se crie um instituto comercial em Évora, parece ser, contudo, relativamente fácil, por constituir um modestíssimo encargo para o Estado, o funcionamento nesta Escola de uma simples secção constituída pelas disciplinas equivalentes à alínea g).
O Sr António Santos da Cunha: - Muito bem!
O Orador: - Seria até uma forma económica e racional de se descentralizar este tipo de ensino, tornando-o acessível a outras regiões onde, no futuro, se viesse a justificar o seu funcionamento.
Tudo se resume, afinal, ao acréscimo de algumas horas de trabalho escolar em mais duas turmas nas instalações já existentes, distribuídas a professores cuja formação universitária é idêntica à dos seus colegas que leccionam as referidas disciplinas nos institutos comerciais.
Poderá objectar-se, no que respeita à Escola Técnica de Évora, que o aumento da sua população escolar não é aconselhável em face da insuficiente capacidade, já por várias vezes posta em evidência.
Note-se, todavia, que a criação de secções funcionando fora deste estabelecimento de ensino, uma em Viana do Alentejo, outra nesta cidade e ainda uma terceira que e pretendida por Reguengos de Monsaraz, há-de contribuir para descongestionar a frequência, aliviando as respectivas instalações.
Além do mai s e acima de tudo, a solução preconizada para o problema já apontado representaria para todos os jovens talentosos dispondo de fracas possibilidades económicas um novo estímulo para o seu trabalho e uma esperança nova para o futuro.
O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!
O Orador: - Acentue-se, por último, que a continuidade de estudos que agora se pretende poderá ser um acontecimento do maior significado numa altura em que, por feliz coincidência, se comemoram quase simultaneamente os 50 anos da escola ao serviço da cidade e os 8 séculos da história da cidade ao serviço do País.
Não é exclusivo de Évora este problema.
Outras regiões, e citarei Braga, estão necessitadas de solução idêntica, enquanto se não possam criar os desejados institutos comerciais e industriais
O Sr. António Santos da Cunha: - Muito obrigado. Agradeço a referência feita a minha cidade.
nsino e, muito especialmente, do ensino técnico.
O Sr. Dias das Neves: - Muito bem!
O Orador: - Estou convicto de que Évora terá a solução que deseja.
A minha região será grata a quem lhe fizer justiça, mas igualmente amarrará ao pelourinho os que ousem opor-se ao seu desenvolvimento.
Tenho dito.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.