internacionais e, nomeadamente, na organização E. F. T. A. , o actual responsável pela orientação da economia portuguesa tem jus à confiança e a esperança de todos nós, assim como à leal e intensa colaboração das actividades económicas, sem a qual a acção do Estado não será suficiente para arrancar a lavoura das suas dificuldade presentes nem para dar a indústria o desenvolvimento necessário.

Lá o disse o Ministro na sua comunicação.

Não se infira, no entanto, daqui, que o sector industrial se não debate hoje com sérios problemas e que, mesmo os seus ramos mais fortes, não estejam de atingir a posição que podem e devem ocupar no quadro da indústria e no concerto da economia. Mas as razões do optimismo que apontei servem como afirmação de que os empresários e os trabalhadores portugueses estão hoje mais decididos e, sobretudo, mais aptos, para, de mãos dadas com o Governo, resolverem os problemas existentes e assenta bases do progresso futuro.

Simultâneamente, referindo-se à lavoura, o Sr. Dr. Correia de Oliveira, depois de expor largamente os propósitos do Governo de trabalhar para que a agricultura possa sair «da depressão em que se encontra e ganhar ânimo para continuar, e mais depressa, o processo de reorganização que lhe permita ocupar um lugar a que tem direito entre as grandes fontes da prosperidade da Nação», terminou afirmando que «vencer a crise da agricultura é um imperativo da Nação - e venceremos».

Indispensável como é para a vida do homem, a tacão, a existência, a utilidade e a importância da actividade agrícola não sofrem contestação.

Ela deve, pois, lògicamente, ocupar um dos primeiros lugares, se não o primeiro, nas actividades económicas do País, e isto não sòmente por esta razão, mas várias outras.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

l a que estão sujeitas as iniciativas privadas - e que em tantos casos acaba por desencorajar e inutilizar os empreendimentos projectados, cuja aprovação se arrasta nas repartições, levando, por vezes, à desistência os empresários.

Toda esta aceleração, auxílio e actualização de mentalidade e de processos de trabalho confia o distrito de Santarém vê-los aplicados aos seus problemas económicos, agrícolas e industriais. E dentro da mesma aspiração de valorização regional, de criação de melhores condições de vida à população, de subida do nível educacional e técnico das futuras camadas do povo, permito-me recordar o caso da Escola Técnica de Santarém, a funcionar, desde que há anos foi criada, em deficientes e provisórias instalações, em vários prédios de habitação, afastados uns dos outros e obrigando professores e alunos a deslocarem-se de uns para outros locais para o funcionamento das aulas.

Ora, contando já hoje essa escola cerca de 2000 alunos, número que aumenta de ano para ano, tem de reconhecer-se que carece urgentemente de um edifício próprio, digno da sua importante função, digno da frequência de alunos que conta, e digno, até mesmo, da categoria de Santarém, como capital que é de um distrito e de uma província tão valiosos no conjunto nacional, sob o ponto de vista demográfico e no aspecto económico.

O Sr. Dias das Neves: - Muito bem!

O Orador: - Não podemos esquecer-nos da influência que as satisfatórias ou deficientes condições em que o ensino técnico é exercido terão no desenvolvimento económico e no progresso social da região.

Não pode haver verdadeira e eficiente formação profissional sem uma ampla facilitação, para as camadas jovens, de cursos e de escolas técnicas elementares e médias, satisfatòriamente instaladas e apetrechadas com o correspondente pessoal docente.

E reconhecido universalmente que um dos grandes factores do crescimento económico, de uma região ou de um país, é o factor mão-de-obra especializada, quadros, dirigentes, isto é, instrução e formação profissional.

Mas não basta sòmente um bom aproveitamento dos factores de produção, utilizando os recursos que a tecnologia moderna oferece, pois é absolutamente necessário que exista mão-de-obra suficiente.

Vozes: - Apoiado!

O Orador: - Cada nação tem de aproveitar os recursos de que dispõe, considerando como o recurso mais importante o potencial humano, cujo valor aumenta à medida que o homem se capacita e se prepara para melhor desempenhar a sua tarefa.

Aqui fica, pois, Sr. Presidente, mais este apelo em nome dos povos do Ribatejo e do distrito e cidade de Santarém para que a sempre desvelada e patriótica acção do Governo atenda e solucione, com a possível urgência, os problemas que deixei, em linhas gerais, esboçados neste apontamento.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Manuel João Correia: - Sr. Presidente: Pedi a palavra para trazer hoje a esta Câmara mais um problema que considero de grande importância para o desenvolvimento económico de Moçambique. Quero referir-me à pecuária, actividade que nos nossos dias preocupa os governos de muitos países, como valiosa fonte de alimentos, num mundo cuja população aumenta de modo considerável.

A pecuária em Moçambique apresenta problemas respeitantes ao seu desenvolvimento que precisam de ser imediatamente considerados. Vou procurar analisar alguns desses problemas, nos seus aspectos relacionados com o II Plano de Fomento e com o Plano Intercalar.

Foram as seguintes as verbas inscritas no II Plano de Fomento com vista ao incremento da pecuária em Moçambique 15 000 contos para a construção de tanques