do distrito, afastadas 900 milhas da capital, vêem no Deputado uma das vias pela qual julgam poder ver satisfeitas as suas aspirações ou necessidades, porque o Deputado para poder viver actualizado tem de contactar muito com as pessoas e com os serviços e ler tudo quanto lhe chegue à mão sobre o distrito.

Depois, o Deputado eleito por um círculo é, antes de mais, Deputado da Nação, o que quer dizer que tem de estar atento ao evoluir da vida nacional e nela intervir sempre que julgue necessário. Do somatório destas duas actividades resulta um esforço grande de trabalho, tanto maior quanto é certo que, não existindo a profissão de político, há que acumular a função política com a função profissional.

Mas o trabalho não pesa quando se pensa estar a cumprir consciente e honestamente uma missão e quando dele pode resultar alguma coisa de útil. Foi isso que tentámos, não sei se conseguimos.

Durante estes quatro anos a Junta Geral do Distrito e as câmaras municipais dos cinco concelhos continuaram a desenvolver intensa actividade no sentido da satisfação das necessidades públicas, apesar dos recursos de que dispõem. Socorreram-se das comparticipações do Estado, e deve-se dizer que este nunca as regateou sempre que se tratava de realizações justas.

O Estado, através dos seus serviços próprios, marcou presença directa, sobretudo no campo florestal, através da sua Direcção dos Serviços Florestais e Aquícolas, e no campo das obras públicas, através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e da Comissão Administrativa das Novas Instalações para as Forças Armadas.

O governador civil e os presidentes da Junta Geral e de algumas câmaras deslocaram-se com frequência e por aqui lutaram pela satisfação das necessidades públicas distritais.

O Ministério das Obras Públicas desempenha papel de grande relevo no desenvolvimento do distrito. Assim, no período de 1961-1965, este Ministério despendeu da ordem dos 46 681 contos sob a forma de comparticipações ou de encargos directos. Importa discriminar este importante investimento.

Cais do porto de Pipas (comparticipação) 4 965 000$00

Beneficiação do hospital regional (comparticipação) 41 999$00

Bloco cirúrgico de Vila da Praia da Vitória

(comparticipação) 120 120$00

Casernas do batalhão independente de

infantaria n.º 17 2 550 300$00

Comando da Defesa Marítima 339 500$00

É deveras impressionante o esforço que o Ministério das Obras Públicas vem fazendo no distrito, sobretudo quando pensamos que o vem fazendo há muito tempo. Citarei apenas dois exemplos no período de 1945 a 1960 foram gastos com as estradas do meu distrito, à custa do Orçamento Geral do Estado, 68 707 contos, nos anos 50 foram construídos os hospitais regional de Angra do Heroísmo e de Santa Cruz da Graciosa, com uma despesa total de cerca de 22 000 contos.

Estão planeados obras e previstas comparticipações para os anos próximos no valor de algumas dezenas de milhares de contos, julgo conveniente indicar algumas das mais importantes.

Edifício dos CTT em Santa Cruz da Graciosa 10 285

Edifício dos CTT nas Velas 860

Abastecimento de água 530

Lajes e Fontinhas (comparticipação) 1 105

Luz e Praia da Graciosa (comparticipação) 4 300

Santa Cruz da Graciosa (comparticipação) 600

Beira e Santo Amaro (S. Jorge) (comparticipação) 1 388

Melhoramentos urbanos (até 1966) (comparticipação) 2 047

Aproveitamento hidroeléctrico da ribeira do

Santo Cristo (S. Jorge) 5 700

Liceu Nacional de Angra do Heroísmo (30

Acabamento do quartel do batalhão independente

de infantaria n.º 17 - edifícios, água, luz e esgotos 21 230

Sobre estas obras planeadas permito-me chamar especialmente a atenção para o problema do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo.

Sabe o Ministério da Educação Nacional as condições em que funciona o actual Liceu do P.ª Jerónimo Emiliano de Andrade, existe abundante documentação escrita e fotográfica, a imprensa local tem-se batido com ardor pelo nosso Liceu, a Câmara Municipal, num esforço financeiro talvez superior às suas possibilidades, comprou o terreno necessário à implantação do Liceu, a Junta Geral assumiu os encargos da elaboração do projecto, da fiscalização da obra e comprometeu-se a reembolsar o Tesouro em 30 por cento das despesas por este efectuadas, em dez anuidades iguais, a partir do ano seguinte ao da conclusão da obra. Pode-se, portanto, dizer que a administração distrital fez tudo quanto estava dentro das suas possibilidades para que a obra se realize