A Inglaterra, não obstante a sua potencialidade, adopta taxas de 4 a 5 por cento.
E o Banco Europeu de Investimento socorre-se de 5 7/8 a 6 1/4.
Portanto, as altas taxas são um atractivo inigualável onde os capitais escasseiam e os desejos de investir se mostram intensos e não representam quebra do valor capital.
Em segundo lugar, empreendimentos inteiramente novos, de grande risco, inovações produtivas, reequipamentos como que reformas totais devem pagar mais pelas dificuldades e problemas que os enfeixam.
Falemos ainda da letra de câmbio.
A letra de câmbio vem desempenhando uma função complexiva e eminente que não tem rival, ao que vemos.
Além ao desconto e redesconto de efeitos comerciais, a letra documenta e concretiza grande número de empréstimos, particularmente de pequenos capitalistas e de movimento dos mercados.
Está ao serviço dos organismos corporativos para vultosas operações
Permite, com dilatações de prazo, reformas e inovações, operações inúmeras de comércio exterior, reapetrechamento agrícola e industrial e até as aquisições de materiais e o financiamento da construção civil, sem contar as letras de favor que acodem aos mais diversos destinos.
Portanto, quando lemos e nos admiramos com a enormidade dos números não podemos pensar só nos 90 dias de desconto, mas devemos considerar casos obscuros de médio prazo que ocupam patente margem de crédito.
E porquê?
Pela falta de uma banca especializada em certas classes de operações ou, quando esta existe, pelo limitativo dos seus contingentes e pelo compreensivo recurso a um instrumento despachado e predominante em vez do ré curso a outros tipos de ajuda financeira.
Portanto, grande parte de uma poupança reservada e confidencial busca na letra uma síntese de negócios e uma pronta documentação.
Desta sorte, o desconto pelo número de operações oferece totais impressionantes, particularmente a seguir à reforma bancária de Novembro de 1957.
Eis alguns deles:
Quase todo este movimento tão dilatado se concentra em Lisboa e no Porto e na sede dos bancos.
Pertencem a estas duas cidades
o que revela concentração excessiva.
A estatística das letras superiores a 1000 contos é que acentua grandemente os números sem acusar nivelados valores, sinal certo de que as liquidações de grandes importâncias não apresentam dificuldade saliente.
Assim
1000 contos é o preço de um casal de múltipla produção, é o preço de uma vivenda numa praia elegante, é um património garantindo independência, uma pequena fortuna, onde dificilmente se chega amealhando e, todavia, é um desconto já agora mais que frequente.
E certo que o valor médio do desconto destas letras milionárias não tem progredido, o que causa estranheza, nesta categoria de milhares de contos
Contos
Estes dados surpreendem.
Os protestos constam do apanhado seguinte
sendo destes superiores a 250 contos.
Inversamente do que às vezes corre, os tempos não vão maus para os negócios.
Guiados pelo Banco de Portugal nas suas taxas iluminantes de
Percentagens
o desconto de efeitos comerciais referido a Janeiro processava-se por estas médias.
Percentagens
A seguir à lei bancária, alargados os limites de caixa e as possibilidades de prestação de créditos, os bancos comerciais durante anos levaram até ao máximo as operações de desconto, o que começa a corrigir-se, segundo creio.
Só em dois anos o volume do crédito global subiu 50 por cento.
Claro que os números avultam porque as águas Suem e refluem e, sobretudo, circulam pelo milagre do título de crédito, dando três e quatro voltas na roda do ano.
Quem desconta?
Quem desconta para além dos comerciantes?
Quem concretiza empréstimos por letras?
Quem paga e liquida?
Quem reforma?
Quem é protestado?