em Lisboa ou para cooperativas que se constituam com o número mínimo de dez viaturas.

Seria interessante também saber-se o que se passou com tais cooperativas.

Pela Portaria n.º 11 652, de 28 de Dezembro de 1946, foi fixado em 2000 o número de automóveis-taxímetros para a cidade de Lisboa e aí se determinam os quantitativos e forma das atribuições, em que, como excepção ao mínimo de dez viaturas, podiam ser concedidos averbamentos em número inferior a novos industriais, desde que se tratasse de motoristas que exercessem a profissão há mais de dez anos e estivessem inscritos no sindicato.

Por despacho ministerial de 18 de Dezembro de 1945, portanto da mesma era do gás pobre, foi fixado contingente de automóveis ligeiros de aluguer para transporte de passageiros em cada concelho.

Quer dizer que vigoram os mesmos contingentes há mais de dezanove anos para a província e mais de dezoito para a cidade de Lisboa.

Entretanto aumentou a população, com grande afluxo a Lisboa e arredores, desenvolveu-se o turismo, com grande repercussão na utilização dos táxis, multiplicaram-se as deslocações, pelo maior número dos que se têm de deslocar diariamente para as suas ocupações, as distâncias a percorrer tornaram-se maiores, pelo aumento da área da cidade, etc. , e o número de táxis continua na mesma.

O Sr Amaral Neto: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz obséquio.

O Sr Amaral Neto: - V. Exa. sabe por quanto é hoje em dia transaccionada em Lisboa uma licença de taxímetro?

O Orador: - Sei. À volta de 575 contos.

Pausa.

O Orador: - Em 1947 calculava-se que a média diária do número de serviços efectuados por cada táxi era de 21, percorrendo 109 km, em 1964 foi de 42 serviços, para 168 km.

Verifica-se, assim, que naquele período de tempo o número de serviços subiu para o dobro e os quilómetros percorridos apenas 55 por cento, o que demonstra ter havido um aumento de receitas para os proprietários de táxis, com uma margem de lucro muito maior.

E curioso verificar como se processou o movimento de passageiros da Companhia Carris de Ferro de Lisboa em 1946 foi de 250 675 889, dos quais 3 332 247 autocarro, e em 1964 atingiu, 380 723 551, sendo 158 927 177 em autocarro.

Igualmente interessará conhecer o tráfego de passageiros da Sociedade Estoril em 1946 foi de 11 641 235 e em 1964 chegou a 30 689 488.

Não sei o que se passará em relação aos concelhos da província, a não ser o que li no Jornal do Algarve, de Vila Real de Santo António, no seu número de 16 de Janeiro do corrente ano, que ali, no Verão, «encontrar táxi disponível é praticamente um milagre», porém de Lisboa, posso afirmar que é difícil apanhar um quer seja de Verão, quer seja de Inverno, principalmente às horas em que são mais precisos.

Se são de serviço público, deviam ser em número suficiente para servirem o público a que se destinam. E como a natureza do serviço é de carácter permanente, deverão os táxis estar ao alcance do público a todas as horas.

Para tanto, torna-se indispensável que as mencionadas portarias sejam revistas, actualizando-se o número de táxis, em harmonia com as necessidades actuais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Numa época cujo ideal económico-social máximo é o de estimular-se o trabalho pelas possibilidades da sua ascensão à propriedade, nenhuma se presta melhor que a dos táxis para ser alcançada pelos motoristas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso sugiro ao Sr Ministro das Comunicações que no aumento do contingente dos táxis seja dada preferência aos motoristas, com base na sua antiguidade na profissão, comprovada pela respectiva instituição de previdência, por intermédio do seu sindicato.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Deverá também ser encarada a eliminação da possibilidade de venda do direito à concessão.

Os motoristas são dignos de tudo quanto se faça em seu auxílio, porque têm dado provas da sua honestidade e sacrifício, às vezes quase sobre-humano, que, para apresentarem as receitas exigidas por alguns dos seus patrões, chegam a cortar as horas das suas refeições.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A sua perícia, de uma forma geral, bem o merece, pois não envergonham o País e nem temem o confronto da sua competência com os melhores de qualquer grande capital da Europa.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

tempo, nesse Rio de Janeiro inigualável na cor e na beleza, numa das praças mais centrais e mais concorridas, verificou-se uma larga demonstração da oratória de Fidel - chamejante, incendiária

Todavia, nenhum brasileiro de política contrária foi ou poderia ter ido à ilha crepitante de ódios e ameaças pôr o seu verbo acima da orgia sangrenta.