realizar apesar do muito que nesse sentido temos andado.

Fonte da riqueza nacional, a indústria é ainda uma das condições de que depende a possibilidade de se fazerem na estrutura da produção agrícola aqueles ajustamentos que o quadro da formação do rendimento nacional mostra serem de uma necessidade imperiosa. Embora ocupando já posição de relevo entre as fontes do produto nacional bruto, a nossa indústria não saiu ainda de uma fase inicial de desenvolvimento.

(Ver quadro na imagem)

A expansão industrial tem sido lenta, condicionada sobretudo pelo fraco grau de investimentos privados e estabilidade do consumo interno. Estas duas circunstâncias, associadas às características dos mais importantes componentes daquela expansão, dão origem a que a produção industrial seja fortemente influenciada pela procura externa, cuja flexão entre 1952 e 1953 justifica a acentuada estabilidade verificada, especialmente nesses dois anos, no valor do produto da indústria manufacturara (quadro II).

(Valor em milhões de escudos nos preços de 1951)

Podem traduzir-se as variações globais prováveis, comparando os períodos de 1952-1953 e 1953-1954, pelo quadro seguinte:

(Ver quadro na imagem)

Anos da referencia: 1951

Estes dados permitem-nos esperar que o ano corrente seja de expansão, em virtude do aumento de procura nos mercados externos e do maior investimento realizado no sector industrial. Todavia, se se tiver em conta que os dados relativos à indústria manufactureira englobam os de construção, cujo volume da produção foi não ao superior em 1953, relativamente a 1952, como manteve essa tendência no 1.º semestre do ano corrente, terá de concluir-se que a expansão da indústria manufactureira propriamente dita será muito limitada. Para a posição final da indústria concorreram, como é óbvio, os mais diversas sectores em proporções e sentido muito diferentes.

Há, assim, que olhar mais de perto a evolução em alguns dos sectores significativos. No grupo dos combustíveis sólidos o volume de extracção tende a decair.

A produção de antracite, que acusara entre 1952 e 1953 um aumento de 8 por cento, manteve-se estável no 1.º semestre deste ano e decaiu sensivelmente no 3.º trimestre, relativamente a igual período do ano transacto. Quanto à lignite acentuou-se o decréscimo já verificado em 1953.