têm-se aproximado das despesas, pelo menos em termos de o subsídio do Estado poder revestir proporções muito mais modestas do que noutros tempos.

Isso não significa, evidentemente, que a assistência aos funcionários civis tuberculosos tenha quase deixado de representar um encargo financeiro para o Estado, pois temos de lembrar-nos de que, para além dos números consignados no quadro supra, há o encargo do pagamento dos ordenados aos funcionários assistidos.

É impossível fazer um cálculo rigoroso do sacrifício financeiro que esse pagamento anualmente representa para o Estado, dado que tais ordenados são pagos por conta das verbas orçamentais de pessoal dos respectivos serviços. Mas, se atendermos que há mais de mil funcionários assistidos e que a média dos vencimentos pagos não deve ser inferior a 10 contos anuais por cada um deles, não andaremos longe da verdade afirmando que os ordenados dos funcionários assistidos representam um peso morto, no Orçamento Geral do Estado, superior a 10 000 contos por ano. Vale a pena um sacrifício tão pesado? O quadro que damos a seguir, relativo ao movimento de doentes assistidos desde 1927 até hoje, representa uma vigorosa resposta afirmativa a esta pergunta:

Movimento de doentes ao abrigo da Assistência aos Funcionários Civis Tuberculosos a partir de 1927

Um facto para que este quadro logo chama a atenção, quando se confrontam os números da primeira coluna com os da segunda, é o contraste entre os primeiros e os últimos anos, no que toca à concessão da assistência aos funcionários que a requereram. Nos primeiros anos, a diferença entre o número de requerimentos entrados e o dos que puderam ser atendidos é, por vezes, muito sensível, o que basta para mostrar as dificuldades que a Assistência aos Funcionários Civis Tuberculosos encontrava para o eficiente desempenho da sua missão. Nos últimos anos, pelo contrário, a diferença é tão pequena que mais pode explicar-se por circunstâncias acidentais do que por quaisquer dificuldades materiais de concessão da assistência.

Outra circunstância que impressiona favoravelmente é a de o número de requerimentos entrados apresentar, nos últimos anos, uma tendência sensível para diminuir. Se atendermos que o número de subscritores, e, portanto, de eventuais beneficiários da assistência, tem aumentado constantemente - já por virtude do alargamento dos quadros de pessoal dos serviços públicos, já por virtude da tendência, expressa em despachos ministeriais, de estender as regalias da assistência aos funcionários civis tuberculosos a um número cada vez maior de serventuários do Estado -, aquela diferença para menos, nos requerimentos entrados, adquire ainda um relevo muito maior e pode ser tomada como um bom índice da diminuição de morbosidade da tuberculose, no sector do funcionalismo. Só isto bastaria para não regatear louvores à obra da Assistência aos Funcionários Civis Tuberculosos.

Digno de registo é também o facto de o número de altas por cura clínica ter aumentado consideràvelmente, nos últimos dez anos. E que esse aumento não se tem dado apenas em números absolutos, mostra-o a taxa de percentagem, que quase triplicou de 1943 para 1954 (vide penúltima coluna).

Consolador é igualmente verificar que o número de falecimentos de funcionários assistidos tem diminuído extraordinariamente, sendo a percentagem de mortalidade quatro a cinco vezes menor do que foi durante um bom número de unos (1929 a 1941). É certo que esta quebra corresponde, em parte, ao facto de hoje serem despedidos da assistência (desde o Decreto-Lei