a sua conservação e aplicação normal e praticar tarifas aceitáveis, pelo que está indicado agrupar em conjuntos importantes a multidão de pequenos distribuidores, financiar as instalações dos consumidores e fomentar as aplicações mais imediatamente rendosas do emprego da energia eléctrica pelo consumidor rural, quer na sua vida doméstica, quer na sua actividade agrícola. Antes de prosseguir, vejamos em breves apontamentos o que nesta matéria ocorreu e está ocorrendo em alguns países da vanguarda:

Desde quase o princípio do século que começou a preocupação da electrificação rural. Aponta-se como primeira realização o estabelecimento em 1909, pela companhia Puget Sound Power and Light, de uma linha exclusivamente destinada ao serviço de algumas herdades. O desenvolvimento do serviço rural foi muito lento pelas razões que em toda a parte se verificam:

falta de rendabilidade e grandes capitais a investir.

Por alturas de 1923 até 1935 o desenvolvimento da electrificação rural foi acelerado pela criação do Comittee on the relation of Electricity to Agriculture (C.R.E.A.), calculando-se em 11 por cento a percentagem de herdades electrificadas nesta última data.

Em 1935, o presidente Roosevelt criou a célebre R.E.A (Rural Electrification Administration), com a finalidade de impulsionar decisivamente a electrificação dos meios rurais, criando oportunidades de trabalho à indústria, aumentando a produtividade dos campos, fixando à terra as respectivas populações, atraídas pelo desenvolvimento dos grandes centros urbanos.

O que foi a acção deste organismo pode apreciar-se pelos seguintes números:

Começando a trabalhar em 1936, em 1941 a percentagem das herdades electrificadas tinha subido para 30 por cento, o número de consumidores, que era de 86 000 em 1937, passava para 1 250 000 em fins de 1941; no fim do ano fiscal de 1940/1941 o valor dos empréstimos concedidos pela R.E.A ascendia a 374 milhões de dólares.

Em 1954 os números representativos da cação deste departamento são os seguintes:

Chama-se a atenção para o valor do consumo específico, que é quase metade do número geral do país mais industrializado do Mundo (8100 KWh) e 80 por cento superior ao dos consumidores domésticos urbanos, que dispõem do mais alto standard de vida que é conhecido.

A . R. E. A. tem actuado, sobretudo, da seguinte forma:

Fomentando a constituição de cooperativas, algumas das quais chegam a ter mais de 20 000 consumidores. A cooperativa é uma associação de interessados rurais estabelecida com a finalidade de fornecer energia aos seus membros, ao mais baixo preço, tornado possível pela interajuda e pelo financiamento, fiscalização e orientação da R. E. A.

Estas cooperativas eléctricas diferem das outras cooperativas por serem quase integralmente financiadas pelo Governo federal e fiscalizadas e assistidas no seu estabelecimento e exploração.

Os empréstimos são concedidos a juro baixo, para serem amortizados em vinte e cinco anos, podendo o pagamento de juros ser diferido por período não superior a trinta meses, para ter em conta o pequeno rendimento das novas redes nos primeiros tempos da sua exploração.

Os financiamentos feitos pela R. E. A. podem estender-se também à execução das instalações dos consumidores e até ao fornecimento da aparelhagem, para aumentar o emprego da energia eléctrica, forma mais eficaz de tornar positivos os resultados de exploração das instalações realizadas.

Resumindo: o método americano, que de maneira tão rápida fez desenvolver a electrificação rural, parece assentar na base ide que ela se deve realizar através da criação ide cooperativas de consumidores, a quem é feito o financiamento quase integral dos investimentos, financiamento reembolsável a juro baixo e num período de vinte e cinco anos, prestando-se a essas cooperativas toda a assistência técnica, comercial e administrativa, que exija o desenvolvimento da sua actividade.

Estes empréstimos também podem ser concedidos a outros organismos públicos ou privados, mas sempre com a interferência marcada da R. E. A. em todos os aspectos da actividade.

No início do seu programa, a R. E. A. começou por financiar as próprias empresas privadas, com a esperança de mais rapidamente pôr em marcha a obra.

Os resultados não foram animadores porque tais empresas não se interessavam nem pelo serviço nem pelos empréstimos, que acarretavam a interferência da R. E. A. na sua actividade privada. Indica-se, meramente a título exemplificativo, a distribuição dos empréstimos concedidos pela R. E. A. desde 1935 a 1941, segundo a natureza das entidades e a finalidade dos mesmos:

Acrescenta-se, para finalizar, que, quando se atingem consumos -específicos- de 4000 kWh por consumidor, as instalações não só se pagam a si próprias,, por f r aça que seja a densidade dos consumidores e baixas as tarifas de. electricidade, como dão lucros, embora pequenos, o que é confirmado pêlos, seguintes dados estatísticos.

Lucros das explorações financiadas pela R. E. A.