que encarar uma política de expansão, de modo a atingir o objectivo mínimo de satisfazer 60 por cento das necessidades de transporte marítimo do País. Daí a necessidade de construção de novos navios, dando preferência aos estaleiros nacionais sempre que tal seja possível.

De entre os navios novos a construir, deve fazer-se menção especial dos petroleiros. A frota portuguesa de navios-tanques já transporta uma percentagem muito importante dos combustíveis líquidos desembarcado nos portos metropolitanos, mas é indispensável que aumente o seu papel no abastecimento nacional, de modo a colocar o País ao abrigo de situações críticas como as verificadas durante a última guerra e, mais recentemente, por ocasião da crise do Suez.

O plano geral da renovação e expansão da marinha mercante para os próximos anos tem de incluir o melhoramento da carreira das ilhas adjacentes com a aquisição de um navio rápido de passageiros e carga que substitua o Lima; o estabelecimento da carreira do turismo Inglaterra-Madeira-Norte de África, para a qual estaria indicado outro navio misto, que, na época de Verão, poderia ser empregado em excursões, nomeadamente aos Açores; o reforço das carreiras de África com mais dois navios de passageiros: a resolução do problema da cabotagem de Angola, de Moçambique e da índia; a criação da carreira de Moçambique-Norte da Europa, via Suez; a melhor exploração da carreira da América Central, pela construção de um navio de passageiros a ela destinado; a construção de dois navios de passageiros para a carreira da América do Norte - além de cinco navios de carga e de navios-tanques.

O objectivo a atingir é elevar a frota mercante portuguesa a l 000 000 t de porte (d.w.). Como parte deste conjunto de realizações projectadas, no período do Plano de Fomento pensa-se lançar ao mar os seguintes navios:

Contos

a) Um navio de passageiros para as carreiras das ilhas adjacentes .............. 150 000

b) Dois navios de passageiros para as carreiras de África ................. 900 000

d) Dois navios para transporte de combustíveis líquidos .................... 410 000

h) Um pequeno navio misto para a cabotagem na índia ........................ 40 000

i) Navios de carga para retorço das várias carreiras e para o

Importa este programa em 2 200 000 contos, a que têm de se abater 600 000 contos, pagos ou financiados ainda no decurso do I Plano, até final de 1959.

Nestes termos, o investimento a considerar no II Plano de Fomento é de l 600 000 contos.

das suas actividades internas e de aumento marginal, são as seguintes:

Cais acastável: Conclusão da 3.ª secção, entre Xabregas e Santa Apolónia. - A margem direita do Tejo está regularizada em perré, entre Beirolas e o Poço do Bispo, pelas verbas de melhoramentos do porto incluídas no I Plano de Fomento. Este trabalho, na extenção aproximada de 500 m, permitirá estabelecer a continuidade das obras portuárias entre o Terreiro do Paço e Moscavide, limite da cidade de Lisboa. Para jusante do Poço do Bispo está em construção um cais acostável, numa extensão de 1600 m.

A obra de conclusão da 3.ª secção, entre Xabregas e Santa Apolónia, visa fundamentalmente: ao estabelecimento de cais acostável, à cota de ( - 12,00 m) referida ao zero hidrográfico, para grandes navios de carga e correspondentes terraplenos para depósito ou armazenamento de mercadorias; à rectificação da orla marginal do Tejo e consequente benefício das condições de salubridade e melhoria do regime hidráulico do rio; pela regularização das correntes, atenuando as causas determinantes dos envasamentos, e, finalmente, à melhoria do sistema de comunicações terrestres ao longo do porto.

A execução desta obra exige um investimento de 55 000 contos.

b) Conclusão da 1.ª secção, entre o Terreiro do Paço e Santos. - Depois de removidas as dificuldades de transferência do serviço fluvial do Cais do Sodré, foi possível intensificar-se os estudos hidrográficos e do reconhecimento geológico entre o Terreiro do Paço e Santos e pode concluir-se o projecto desta obra.

O I Plano de Fomento considerou para esta realização a verba de 100 000 contos.

A obra a executar é de importância capital nos aspectos portuários e urbanístico. Com efeito, assegurando os mais baixos fundos do porto, tornará possível a acostagem dos maiores navios do Mundo, especialmente de passageiros. Em complemento, será construída uma gare marítima, a localizar junto à estação do caminho de ferro do Cais do Sodré, o que permitirá que os turistas, ao desembarcarem, se encontrem no centro da cidade e não vagueiem, como actualmente por vezes acontece, em bairros onde não encontram as acomodações que procuram.

ermitirá ainda esta obra construir a doca comercial de Santos, indispensável para o descongestionamento da de Alcântara e para as instalações de ferry-boats da travessia fluvial.

No aspecto urbanístico possibilitará a construção de uma ampla avenida entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, que, com outras realizações enriquecerá sobremaneira esta parte da cidade.

A execução da obra de conclusão da l.º secção deverá importar ainda em 185 000 contos.

c) Adaptação da doca do Bom Sucesso a actividades de desporto náutico. - As actividades de desporto náutico, embora não respeitem a funções do porto comercial, não têm sido esquecidas. Neste sentido promoveu-se a adaptação da doca de Belém a essas actividades, tendo-se executado os respectivos trabalhos.

Entende-se que o mesmo destino deverá ter a doca do Bom Sucesso, quando as instalações ali existentes puderem ser transferidas para outro local.

Calculando-se que a doca do Bom Sucesso possa ser, nos próximos anos, desafectada de funções conexas com