matéria de caminhos de ferro eléctricos, seria interessai)te dizer a data do primeiro que se pôs a funcionar no mundo; em Portugal só havia os vinte e poucos quilómetros da linha do Estoril, e esses mesmos de não remoto aparecimento. Felizmente, mudou-se agora de rumo. Não tanto que permita ganhar com brevidade o tempo perdido ... Mas não é talvez o momento de dizer mal. Porque na execução do I Plano electrificou-se a linha férrea de Lisboa ao Entroncamento e a linha de Sintra. O II Plano prevê a electrificação do resto da linha de Lisboa ao Porto. Adquiriu-se material circulante de boa representação e vai adquirir-se mais. Reforçaram-se as pontos existentes na linha da Beira Alta. empreendimento de vulto e urgência, e vão agora reforçar-se as pontes da linha da Beira Baixa. Prevê-se um gasto de l 300 000 contos a repartir pelas obras enunciadas e outras ainda por fazerem parte do Plano.

2) Quanto ao metropolitano de Lisboa, ansiosamente esperado na capital como. alívio para as dificuldades do trânsito, como termo das fatais perturbações trazidas pelo arrastar das obras e até como signo espectacular da urbe, apesar de não integrado no I Plano, foi favorecido com o aval do Estado para a primeira emissão de obrigações. O II Plano prevê um novo aval do Estado para a nova emissão de obrigações, sendo o financiamento total a obter também por via de acções- da ordem dos 300 000 contos. O primeiro troço deve entrar em exploração mais ou menos no começo da execução do II Plano. O segundo troço deverá ser inaugurado dois anos depois. Assim seja. Nos transportes marítimos, este objectivo formal: a renovação e expansão da frota mercante nacional, por forma a atingir-se o objectivo mínimo de satisfazer 60 por cento das necessidades de transporte marítimo do País. Na construção de novas unidades dar-se-á preferência aos estaleiros nacional, sempre que possível.

Pretende-se elevar a frota mercante portuguesa a l 000 000 t de porte (D. W.).

No período do Plano prevê-se o lançamento à água de vários navios para reforço das carreiras tradicionais para cabotagem e transporte de combustíveis líquidos, num valor total de 2 200000 contos. A abater 600 000 contos relativos ao I Plano e a serem financiados ou pagos até fim de 1959. Investimento, portanto, a considerar no II Plano: l 000 000 contos.

Trata-se de um dos melhores empreendimentos, de que o País lançou mão para acabar com um estado de coisas lastimoso e que influi favoravelmente e com relevo apreciável na balança de pagamentos. Pelo que respeita às comunicações, quatro rubricas foram abrangidas pelo Plano: portos, aeroportos, comunicações telefónicas e ponte sobre o Tejo.

a) Com os portos vão gastar-se 970 000 contos (compreendendo também equipamentos para dragagens e estudos e ensaios).

Os portos considerados para o efeito de investimentos são os de Lisboa, Douro Leixões. Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Sesimbra, Setúbal. Lagos, Portimão, Faro-Olhão. Vila Real de Santo António, Funchal, Ponta Delgada, Horta, Angra do Heroísmo, pequenos portos da Madeira e dos Açores. Como se vê, uma notável rede de trabalhos.

No porto de Lisboa, em que se despenderão 3 800 000 contos -, entre as. obras projectadas figuram a conclusão do cais acostável de Xabregas a Santa Apolónia e do Terreiro do Paço a Santos, a adaptação da doca do Bom Sucesso a actividades de desporto náutico e a beneficiação da doca de Cacilhas. Prevê-se que comecem durante a execução do Plano os trabalhos, para a criação de uma grande zona franca, ainda na fase de estudos:

Nos portos do Douro e Leixões, vários empreendimentos- (novos cais e seus apetrechamentos, porto de acostagem para navios-tanques, instalações para descarga da sardinha, desenvolvimento da rede ferroviária, etc.), tudo na importância de 140-000 contos.

No porto do Funchal prevê-se a conclusão, em 1960, da l.ª fase das obras de ampliação. Seu custo: 92 600 contos.

Trata-se, em relação aos outros portos, de um conjunto de investimentos para seu apetrechamento e beneficiação, alguns, como nomeadamente em Aveiro e Viana do Castelo, pura interesse da indústria da pesca.

Ainda uma referência no que toca às dragagens, exigidas pelo assoreamento dos portos e canais de acesso e para o efeito da manutenção das profundidades necessárias: considera-se urgente proceder à dragagem anual de mais de l 500 000 m, sem incluir o porto de Lisboa. A frota actual, no máximo das suas possibilidades, não consegue dragar mais de l 400 000 -m3 por ano. Necessária, portanto, a renovação da frota, que se fará em duas fases, a primeira durante o sexénio próximo, com um investimento de 67 500 contos.

b) Com os aeroportos despender-se-ão 200 000 contos, para o efeito de completar e ampliar as infra-estruturas existentes para a navegação aérea internacional e para as carreiras aéreas nacionais, não esquecendo a construção de um aeródromo na Madeira. Será de particular interesse obedecer com prontidão às exigências que os incessantes progressos técnicos da aviação vão fazendo sentir, particularmente da aviação a jacto.

Gastar-se-ão 43 000 contos na construção de um aeródromo na Madeira (utilizável pelos actuais quadrimotores da ï. A. P.) e 100000 contos no Aeroporto de Lisboa. Prevê-se para 1960 a entrada ao serviço de grandes aviões de reacção: daí a construção da nova pista.

Serão beneficiados os Aeroportos do Porto, Santa Maria, Sal e Horta. A actualização do sistema de segurança aérea (imposta pelas exigências-crescentes dos novos tipos de aviões) importará em 23 500 contos.

c) Com as comunicações telefónicas (rede do Estado) irão gastar-se 700 000 contos. No domínio do I Plano.