alíneas A) e D)] deve ser assim redigida: «renovação, conservação e ampliação da via (e das respectivas pontes)». Duas obras de incluiriam, se as disponibilidades o permitissem, nessa rubrica: a variante de Beja, destinada a evitar a reversão dos comboios do Algarve, e u construção da transversal entre as linhas do Norte e Oeste, passando por Fátima. Nota curiosa: Fátima é a estação portuguesa de caminhos de ferro para onde se vende no estrangeiro maior número de bilhetes. Simplesmente, essa suposta Fátima tem outro nome, chama-se Chão de Maçãs ... e está a 20 km da verdadeira Fátima. Marinha mercante. - O parecer, depois de evocar a miséria de um passado não distante e o famoso despacho n.º 100, que foi o ponto de partida da ressurreição subsequente, lamenta que o II Plano se limite à construção de uma quinzena de navios, discute a própria viabilidade dessa acanhada proposta e contesta a afirmação de que n programa proposto eleva a frota mercante portuguesa a 1000000 t D. W.

A receita em moeda estrangeira angariada em 1958 pela nossa marinha mercante atingiu quase 486 000 coutos. Mas a balança de pagamentos, organizada pelo Banco de Portugal, mostra que pagámos mais ao estrangeiro do que recebemos em fretes, passagens e despesas portuárias. Somava a diferença 432000 contos em 1948. Quase chegou a anular-se em 1953 e 1954, tornando a subir apreciavelmente em 1956.

Previa o despacho n.º 123, de 25 de Maio de 1956, a construção de vinte e quatro navios até 1966. Foram excluídos nove no II Plano.

O parecer termina com estas palavras:

A Câmara Corporativa, convencida do interesso de alargar o programa de construção da frota mercante - tanto mais que há sempre unidades idosas a abater ao serviço -, mas não tendo folga na dotação presente, inscreve esta aspiração como uma das prioridade» a atender por força da revisão do Plano ou do recurso ao crédito externo. Equipamento do porto de Lisboa. - Parece escassa a dotação concedida para guarnecer convenientemente de guindastes e outro equipamento os cais de Lisboa - nesse particular mal servidos. Ponte sobre o Tejo. - É do maior interesse a exposição sobro o assunto. Não é de reproduzir aqui. O parecer inclinar-se paru a resolução simultânea para os dois tráfegos: rodoviário e ferroviário. O Plano prevê a resolução em duas fases: ponte rodoviária no sexénio; túnel ferroviário depois. O parecer opõe-se vivamente à decomposição do empreendimento. Para a Câmara, o tráfego ferroviário é de mais peso que o rodoviário. Deixá-lo para depois é deixá-lo ... para não se sabe quando. Os custos previstos nas primeiras fases, da modalidade proposta no projecto e da modalidade sugerida pela Câmara acudam diferença apreciável: 11380000 contos e 1825000 contos, respectivamente. «Mas dar grande poso a tal diferença assemelha-se à posição da pessoa endinheirada que compra um objecto a prestações e a quem interessa mais o custo da primeira prestação do que o custo total do objecto ...».

5) O custo dos transportes e comunicações. - Impressiona à primeira vista, assim como o da electricidade. Previstos no II Plano 3100000 contos para os transportes e 3370000 contos para as comunicações, ou seja um total de 6470000 contos, representando 30,8 por cento do total. Os números do I Plano somavam 3071000 contos, ou sejam 26,8 por cento do conjunto. Diz-se com vivacidade no parecer:

É preciso não esquecer ... que ao construir a nova casa temos de refazer inteiramente o alicerce onde se apoiava a desengonçada barraca da economia lusa ... Isso nos leva a concluir que, por largos anos ainda, os transportes e comunicações pesarão mais do que o normal na repartição dos nossos investimentos. Gastaremos o que se não gastou oportunamente.

E com uma agravante ... tudo custa muito mais caro. As principais observações feitas na Câmara Corporativa ao Plano de Fomento na - parte referente ao ultramar (2.ª parte do Plano) podem resumir-se desta maneira:

a) Confrontando as precedências outorgadas pelos dois Planos verifica-se o seguinte:

1) No I Plano foi a seguinte a decomposição dos investimentos, segundo as suas grandes rubricas:

Milhares de contos Aproveitamento de recursos e povoamento ....... 1594

A qual por sua vez de decompõe assim:

Fomento hidro-agro-silvo-pecuário ................ 130 No II Plano os 9 milhões de contos declinados ao ultramar tom a seguinte distribuição: Conhecimento cientifico do território (336500 contos);

2. Aproveitamento de recursos (1544500 contos);

3. Povoamento (2035000 contos);

4. Comunicações e transportes (41179000 pontos);

5. Instrução e saúde (628000 contos):

6. Melhoramentos locais (303500 contos);

7. Equipamento de serviços públicos (53500 contos).

O primado é ainda para as comunicações e transportes.

Dos 4104000 contos consignados a esse Hm, 1190000 contos destinam-se à execução do plano rodoviário,

1 Vide n.º 13, fl. 2.

2 No total de 4875.5 milhares de contos gastos até Dezembro de 1937. Na soma figuram também os 20000 contos destinados á constituição do Plano de Fomento (v. parecer relativo ao ultramar, nota do quadro II).