Passageiros

(Milhares)

(a) Estes valores incluem também os passageiros de carros ligeiros e motociclos, mas não os respectivos condutores; estes últimos não estão considerados por na travessia fluvial o preço da sua passagem estar incluído no preço pago pelo transporte dos veículos.

(b) Não se consideraram os dados respeitantes às relações Lisboa-Alcochete e Lisboa-Montijo por se partir da hipótese quo de nenhuma forma os passageiros interessados nessas relações utilizarão a ponte. Do resto, são apenas 265 milhares um 1950 e 267 milhares em 1956.

Aceitam-se como boas as previsões, decerto baseadas em estudos a que não faltou meticulosidade. O forte crescimento previsto para a ligação ferroviária deve encontrar uma das razões na presunção de que, estabelecida a ponte e, portanto, facultada a ligação directa a Lisboa, muitos dos que hoje preferem a rodovia optarão pelo caminho de ferro. Por seu turno, as previsões relativas à ligação rodoviária só aparentemente conduzem a valores inferiores aos actuais; porque nestes últimos estão incluídos os relativos àqueles passageiros que utilizam exclusivamente a via fluvial (moradores em Cacilhas, em Almada, etc.) e que, por tal facto, facto podem supor-se futuros utentes da ponte.

No relativo a tráfego de mercadorias, o movimento através do Tejo, segundo dados colhidos directamente e segundo as previsões constantes do projecto do Plano, é o seguinte:

Mercadorias

(Milhares de toneladas)

(a) Incluída, a tonelagem cuja via normal implicaria a travessia do Tejo, e que seguiu por via Setil-Vendas Novas. Construída a ponte, a opção por esta última via perderia razão de ser.

(b) Em Industrialização e Transportes no Continente Português (quadro XLIX) indicam-se para 1950 e para 1955 as tonelagens de 1038 milhares e 924 milhares, mas trata-se do tráfego fluvial propriamente dito, não incluídos os pesos das cargas dos veículos transportados - e são estes exactamente os quo aqui interessam, por homologia com as previstes para 1962 e 1970. Há a considerar que só uma fracção do trafego total de mercadorias através do Tejo interessa à hipótese da ponte; basta considerar os seguintes quadros dos principais pontos de procedência do desembarque na zona da Administração-Geral do Porto de Lisboa e de destino do embarque na mesma zona, em percentagens da carga total (op. cit., pp. 173 e 174) em 1955.

Principais procedências dos desembarques:

Percentagem

Principais destinos dos embarques:

(x) Dados não conhecidos.

Também se aceitam, como boas as previsões neste particular, ainda que cause certa estranheza a extrema diferenciação das taxas de crescimento previstas para a ligação ferroviária e para a ligação rodoviária.

É certo que uma explicação para o elevado grau desta última, em relação à primeira, estará em que é lícito esperar que parte do actual tráfego sem ligação, em geral proveniente de fábricas instaladas junto do rio e com cais próprios, passe a utilizar a ponte. Mas, por outro lado, e agora no relativo à ligação ferroviária, há que prever uma transferência do tráfego rodoviário pura o caminho de ferro, uma vez que seja garantido, como o é pela ponte, o seguimento directo até destino, e sem a dilatação dos prazos de transporte que hoje, para o facultar, implica o seguimento pela via Vendas Novas-Setil.

Parece, por isso, que, se se admite como boa a taxa de crescimento aplicada ao tráfego rodoviário, se tem de reconhecer ter sido calculada por defeito a taxa de c rescimento do tráfego ferroviário. No entanto, aceita-se como boa.

Resta considerar outro tipo de tráfego: o dos veículos motorizados.

Vai considerar-se a globalidade dos veículos motorizados, isto é, mesmo os autocarros e os veículos pesados de mercadorias, o que implícita a ideia de que, além do pagamento da portagem por passageiro ou por tonelada de mercadoria, também se pagará a portagem pelo veículo. É o que leva a concluir a forma como estão apresentados os cálculos do rendimento no projecto do Plano, nos quais se consideram, cumulativamente, pára 1962, os 6600 milhares de passageiros, os 440 milhares de toneladas de carga e os 3800 milhares de veículos e, identicamente, para 1970.

Em 1955 atravessaram o rio 600 000 veículos 1 (na carreira Lisboa-Cacilhas). Mas este número representa uma fracção daquele efectivo de veículos (sobretudo de veículos pesados de passageiros) que se apresentaram nos pontos de interrupção do transporte terrestre. O efectivo total veículos para 1955 significaria que cada unidade do parque automóvel continental (135 086 veículos, incluindo 17 211 motociclos) nesse ano teria efectuado treze travessias da ponte, número que deve considerar-se ligeiramente diminuído, se se tiverem em conta as travessias correspondentes aos veículos estrangeiros que no mesmo ano nos visitaram. Na ponderação do valor desta média há-de ter-se em vista a circunstância, já atrás referida, de,

1 No tráfego fluvial do tejo, 616 082 veículos; em 1939, haviam sido transportados 155 912 veículos [Industrialização e Transportes no Continentes português, quadro XLIX, nota (b)] Dados n&o conhecidos.

1 No tráfego fluvial do Tejo, 616062 veículos; em haviam sido transportados 155 912 veículos [Industrialização e Transportes no Continente Português, quadro XLIX, nota (b)].

2 Vide supra n.° 19. .