Fomento da fruticultura;

Reconhecimento agrário e publicação das respectivas cartas.

Nada tem a secção a objectar a este planeamento esquemático, pois, bem vistas as coisas, ele abrange, na verdade, os sectores de mais directo interesse para as realizações enunciadas no capítulo dó Plano referente à agricultura.

Não deixa, porém, de lamentar que não tenha sido possível contemplar com uma verba especial a construção das novas instalações da Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, por se tratar dum centro fundamental para a realização dos estudos previstos no campo do fomento agrícola - e mesmo, eventualmente, nos do fomento florestal e do fomento pecuário -, nem tão - pouco o apetrechamento da Estação Agrária de Viseu, concluída há mais de dois anos) mas ainda não utilizada, por falta de equipamento de trabalho. Investigação aplicada ao fomento florestal. - Dotada com 18 000 contos, para:

Estudo de solos;

Pesquisas fundamentais sobre fitossociologia,

fitopatologia e entomologia florestal;

Tecnologia da cortiça;

ao que nada se objecta. Investigação aplicada - ao fomento pecuário. - Com uma dotação de 6000 contos, a despender em:

Pesquisas sobre forragens e seu valor alimentar;

Pesquisas sobre o regime alimentar dos suínos e das aves;

Pesquisas sobre métodos de progeny test - estudo da evolução- relativamente ao porco alentejano.

Dada a pequenez da dotação, pouca actividade permitirá ela desenvolver em tantos sectores.

Objectivamente, contudo, nada tem a secção a observar quanto aos estudos previstos. Investigação aplicada, ao fomento mineiro. - Dotada com 42 000 contos, consignados a:

Instalação, no Porto, do laboratório, oficinas de ensaios mecânicos e metalúrgicos e parque de material para pesquisas e pequenos trabalhos mineiros;

Preparação de pessoal;

Conclusão da carta geológica.

Já no n.º 3 deste capítulo se salientou o interesse da conclusão das instalações laboratoriais do Porto, cujo equipamento foi há muito recebido pelos serviços ao abrigo da ajuda directa do Plano Marshall. Destinar-

Se ao elas, conforme no Plano se salienta, ao estudo de beneficiação ou aproveitamento industrial dos. minérios portugueses, das custinas e dos combustíveis - entre, os quais merecem atenção especial as lignites recentes de Rio Maior, cuja melhor utilização deve ser cuidadosamente investigada.

A especialização do pessoal constitui tarefa cuja necessidade se torna inútil salientar.

Quanto à última alínea, porém, alguma coisa há a dizer.

Assim, Energia Nuclear ................. 6 800

Quer isto dizer que, da referida área global do continente, apenas 26 354 km2, ou sejam uns escassos 30 por cento, se encontram reconhecidos geologicamente. E como, em média, se gastam 300 contos com cada folha da carta geológica, cobrindo, também em média, 640 km2, conclui-se que os 10 000 contos reservados no, Plano a esta tarefa só permitirão levantar mais 21 000 km2, números redondos, posto o que ainda faltará realizar o trabalho numa superfície de 41 265 km2, isto é, em 47 por cento daquela área global do continente.

Pouco se avançará, pois, e é de lamentar que assim seja, porquanto a carta geológica, além de «elemento essencial dos reconhecimentos, e pesquisas mineiros», conforme o Plano acentua, é o também de uma vastíssima gama de outros sectores: nas construções, em geral, no que respeita a fundações, impermeabilidade dos terrenos, etc.; nas pesquisas de água para abastecimento público e das indústrias; no estudo dos solos de interesse para a agricultura - em suma, em tudo aquilo em que importe conhecer a natureza dos terrenos.

Em face disto, formula a secção o voto de que, no decurso da execução do Plano, venha a ser possível elevar substancialmente a dotação nele consignada à aceleração dos trabalhos respeitantes à carta geológica. Investigação aplicada ao fomento industrial. - Dotada com 80 000 contos, para:

Estudos de tecnologia, de organização científica, do trabalho e de economia.

Ao contrário do que se passa em relação aos outros íamos individualizados da investigação aplicada a realizar ao abrigo do Plano, neste do fomento industrial- o objectivo enunciado abrange, pode dizer-se, tudo quanto respeita ao sector em causa.

O facto justifica-se por duas razões: em primeiro lugar, porque se trata dum campo em que, entre nós, praticamente nada. está feito; em segundo, porque o centro onde o trabalho deverá ser realizado - Instituto Nacional de Tecnologia Industrial - se não encontra sequer criado.

É evidente que, no prazo do Plano, muito pouco será possível realizar por esse centro de interesse directo para os empreendimentos materiais a realizar no capítulo da indústria. Mas será já muito bom, e altamente de louvar, se, dentro desse prazo, for possível montar o Instituto e dotá-lo de pessoal técnico especializado por forma a vira ser utilizado em futuros Planos de Fomento.