Quanto a investimento para transportes fluviais, em particular no, que diz respeito ao rio Geba, há a notar que já foram despendidos, até Dezembro de 1957, 11 597 contos com os estudos 1 e que estes estão em curso de continuação para um plano de obras de 130 000 contos, contemplado já no II Plano de Fomento com 45 000 contos. Mas parece cedo para a Câmara Corporativa "e pronunciar "obre a matéria. Há que aguardar o acabamento dos estudos e projectos, seguidos da apreciação do Conselho Superior de Fomento Ultramarino, para depois fundamentar uma opinião sobre a economia do empreendimento, abonada a contrapartida pela criação de riqueza e pelo rendimento desta, de modo a não ter de se notar a falta de equilíbrio em obras de fomento económico. Assim, sugere-se que sòmente se inscrevam 5000 contos no II Plano de Fomento para a conclusão dos estudos. Tomé e Príncipe O investimento do projecto do II Plano de Fomento para S. Tomé e Príncipe é de 155 000 contos e tem o parcelamento dado nos quadros XXXVII, XXXVIII, XL, XLI e XLII. O I Plano de Fomento inscreveu 150 000 contos para a mesma província, com a distribuição parcelar indicada no quadro VIII, dos quais ficaram despendidos 47 382 contos em 31 de Dezembro de 1957. Dos 155 000 contos do II Plano de Fomento 75 000 (48,4 por cento) destinam-se a dar continuidade e acabamento a empreendimentos do I Plano e 80 000 contos (51,6 por cento) são para os novos empreendimentos seguintes:

Contos

Cartas geológicas e dos solos .......... 2 200

Produção, transporte e grande distribuição de energia eléctrica ................... 14 000

Construção e equipamento de instalações

hospitalares e congéneres .............. 10 000

Urbanização, incluindo a construção de Prevê-se no II Plano o investimento de 23 000 contos sob as rubricas de fomento agro-pecuário e cadastro da propriedade rústica. Pretende-se assim exercer uma actuação do Estado sobre as pequenas explorações agrícolas de áreas apreciáveis, rendimentos unitários diminutos e de precária técnica, através de uma correcção da forma geométrica das propriedades, para as tornar mais facilmente exploráveis, e através de assistência técnica agro-pecuária, criando o órgão competente para o fim.

A actuação é dirigida ao melhoramento das condições de vida das populações rurais espalhadas "conforme a caprichosa colocação das suas glebas".

De certo modo, para o fim visado no II Plano de Fomento já o I Plano inscreveu 80 000 contos sob a rubrica "Aquisição de terras, aldeamentos para famílias de trabalhadores e assistência agro-pecuária". Havia o objectivo de fazer a aquisição de terrenos destinados a famílias de trabalhadores (especialmente cabo-verdianas), de maneira a fixá-las em núcleos ordenados e assistidos, começando-se assim a criar mão-de-obra local para as implantações e uma população activa que, directamente e de conta própria, explorasse terras incultas mal exploradas ou abandonadas. O Estado garantiria também a assistência ao fomenta agrário respectivo.

A verba de 80 000 contos iniciais foi reduzida para 50 000 contos, com a revisão do plano através da Lei n.° 2077, e, em Dezembro de 1957, dos 50 000 contos haviam sido utilizados 1348 contos, mas está em curso processo de obras orçadas em cerca de 28 500 contos. A Câmara Corporativa apoia não só o que diz respeito à continuidade e acabamento de empreendimentos do I Plano, como o porto de Ana Chaves, o aeroporto, as estradas, o saneamento de pântanos tão necessário - a que Ezequiel de Campos deu- impulso vigoroso há largos anos e S. Tomé reconhecidamente agradeceu em expressiva homenagem pública -, mas também os novos empreendimentos sugeridos da actualização da cartografia geral e cartas geológica e dos solos, da execução do cadastro da propriedade rústica, do fomento agro-pecuário, da produção, transporte e grande distribuição de energia eléctrica, de telecomunicações reforçadas com 2000 contos, de melhoramentos do hospital central (concretizado na construção de blocos cirúrgicos, de pavilhão para doenças infecto-contagiosas, de enfermaria de psiquiatria e instalações complementares), de combate a endemias.

Quanto aos melhoramentos locais, a Câmara Corporativa apoia no que diz respeito ao saneamento urbano, mas não julga a conselhável o investimento de 25 000 contos da proposta sob a rubrica "Urbanização, incluindo a construção de edifícios públicos ou de utilidade geral".

A Câmara Corporativa ainda formula o voto de que o problema da serventia marítima de S. Tomé possa ter no II Plano de Fomento pelo menos os estudos e projecto de um porto para a atracação de navios de longo curso, desejo já expresso no I Plano, sugerindo a inscrição de 5000 contos para o fim e outro tanto para a mecanização da construção de estradas e melhoramento de oficinas das obras públicas.

Entende ainda a Câmara Corporativa que será muito recomendável aplicar à indústria da electricidade em S. Tomé o regime de concessão e que, quanto ao plano rodoviário, se deverá dar preferência a rede de penetração.