impressionante eloquência a& vantagens do investimento efectuado no nosso património de trabalho.

Terão VV. Ex.ªs de perdoar-me que tivesse alongado em concretizações objectivas estes reparos, e reflexões à margem do II Plano de Fomento. No limiar da sua realização, que constitui esperança relevante para todos os portugueses, sentimos, pela experiência que o Plano anterior nos legou e pela ponderação dos novos meios e recursos, de valorização nacional, que o Plano, agora em causa vai mobilizar a responsabilidade que ele envolve. Teremos de corrigir posições, de estabelecer mais segura e eficiente orientação, de assegurar o máximo proveito dos esforços e sacrifícios quê a Nação vai empenhar no seu pleno cumprimento. Não é possível, nem importa sobremaneira, transplantar integralmente para uso próprio os métodos económicos de outro» países. Mas a experiência demonstra, com irrecusável realismo, que pouco. ou nada teremos de inovar, bastando-nos adaptar, com segura visão e acerto, os processos práticos que outros países mais evoluídos, de técnica mais assente e de capacidade comprovada já puseram à prova. O caso português no crescimento económico organizado não precisará de ser mais que a recapitulação devidamente adaptada da experiência de outras nações, até porque a nossa vida económica, na sua projecção interna e externa, depende em escala crescente, como a de todos os países, da evolução e da orientação que outros seguirem.

O II Plano de Fomento constitui um alvo que nos cumpre alcançar esforçadamente ou até ultrapassar na medida em que o consentirem as possibilidades e energias nacionais. Esse objectivo não pode depender de critérios ou posições pessoais, seja qual for o nível em que &e manifestarem. Devemos tributar a nossa confiança aos que nos governam, para a corajosa viragem de orientação em que o País, na plenitude das suas. capacidades, terá de integrar-se construtivamente. O resgate das seculares inferioridades, da dependências estéreis, da dolorosa legenda da pobreza nacional, é faina gloriosa que as gerações de hoje podem reivindicar com orgulho perante o passado, que já nos deu exemplos de grandeza, e perante o futuro; que há-de julgar-nos. O Plano de Fomento de 1959-1964 é obra augurai de novos destinos para toda a grei, o nela devemos colaborar com a disciplina, a f é e o entusiasmo das. grandes épocas da história nacional.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

de uma suficiente e justa remuneração do trabalho, ditada pela consciência e princípios cristãos, é um dos assuntos a tratar em comum entre a direcção e a assembleia geral.

O cumprimento desta obrigação por parte dos lavradores nem sempre tem sido fácil.

Se bem que uma vez ou outra se tenha exagerado a precária situação da lavoura, a verdade é que, de um modo geral, o proprietário não se mostra satisfeito, nem o trabalhador, por vezes, contente.

Este mal-estar, muita vez sem razão, constitui argumento, embora sem lógica, para o fraco rendimento de trabalho do nosso rural e também para a bem pouco animosa boa vontade dos lavradores em aperfeiçoar e actualizar os métodos de cultura, em ordem a um melhor rendimento da sua fazenda.

Exige o bom senso, sem escândalo para a verdade, que não se atribua por inteiro ao baixo nível de preços dos géneros agrícolas, o mal da agricultura e daí os baixos salários que numa ou noutra região, por vezes, são praticados.

É de justiça e consolador salientar que tais factos vá o sendo cada vez mais raros.

Nada do que fica dito explica, justifica ou foi causa de certos tristes acontecimentos - de um passado recente -, de características nitidamente políticas e de agitação social.

Aqui e além, onde ò surto de agitação se manifestou, os salários não eram de nível inferior, nem tinha sido apresentada qualquer reivindicação.