estes como constituindo uma só propriedade, foi possível organizar o quadro seguinte:

Este quadro mostra a verdadeira situação dos proprietários interessados no problema da arborização dentro da bacia hidrográfica. Deve considerar-se que apenas se teve em conta o que se passa nesse limite. Alguns dos proprietários que figuram nos escalões de menor extensão podem, eventualmente, ser proprietários na zona confinante, ingressando noutro escalão superior se o estudo respeitasse a uma superfície mais vasta.

Mesmo assim, verifica-se que os 2706 prédios se reduziram a 1407 propriedades e a redução é mais acentuada nos escalões de menor área, o que mostra que os prédios mais pequenos nem sempre são propriedade dos mais pequenos proprietários. Estes, que representam mais de metade dos proprietários (57,2 por cento), apenas dispõem dê 2,7 por cento da superfície nos escalões que vão de O a 20 ha.

Conforme se referiu no número anterior, estes proprietários constituem o problema mais delicado em face dos propósitos de povoamento florestal. Especialmente os 538 do escalão de 0 a 5 ha, proprietários a que corresponde a área média de pouco mais de 1 ha, não se poderá pensar em submeter seus microfúndios ao "regime florestal", mesmo que se conclua que lhes é dado uso depredador, o que é provável, visto que ficaram excluídas as propriedades que assentam em terrenos de capacidade de uso agrícola das povoações de Cabeça Gorda e Santa Clara de Louredo.

O problema é mais vasto e consistirá em dispor as coisas no sentido de contrariar a existência ou impedir a formação de unidades de exploração inviáveis nos pontos de vista técnico, económico e humano. Embora o seu significado, para satisfatória execução do plano, seja nulo (2,7 por cento da área), a realidade social que traduzem é imensamente significativa e explica o enorme obstáculo que o agricultor microfundiário vai erguendo sem culpa perante os mais insistentes e abnegados esforços dos serviços de vulgarização técnica e económica.

Os escalões médios, de 20 a 200 ha, contêm apreciável número de proprietários (31,9 por cento), mas dominam apenas 26 por cento da superfície.

As propriedades de mais de 200 ha pertencem a 11,2 por cento dos proprietários e englobam 71,3 por cento da superfície. Note-se que o escalão de mais de 1000 ha representa 1,5 por cento dos proprietários e 28,1 por cento da superfície total, o que é importante.

Nestas condições, se for possível resolver o problema dós microfúndios, integrando-os numa reorganização agrária que dê lugar a unidades económicas de produção agrícola ou agro-florestal, dentro ou fora da bacia hidrográfica, como a lei prevê, o restante oferece uma estrutura inteiramente adaptada à montagem, só com vantagens para os proprietários e trabalhadores rurais, de empresas florestais e agro-florestais dotadas de conveniente viabilidade técnica e económica. O problema que permanece é o do grau de concentração da propriedade florestal e consequente proletarização da população activa agrícola, problema que não vem para o caso comentar.

Outro aspecto que convém verificar é o da fragmentação da propriedade, que muita vez impede a constituição de empresas dotadas de boas condições de gestão. Os números apurados são os seguintes: