Porque faltam dados estatísticos a partir de 1950 para os fins antes assinalados, limitamo-nos a registar seguidamente alguns elementos indirectos que podem dar uma ideia de continuidade sobre o ritmo da concentração populacional em Lisboa e sua zona suburbana.

Referem-se esses elementos a alguns consumos expressivos, como sejam os de água, electricidade, gás e transportes, na cidade de Lisboa, e outrossim ao movimento de transportes entre Lisboa e alguns dos concelhos da sua zona de influência, tanto ao norte como ao sul do Tejo.

(a) Em milhares.

(b) Em milhões (C. C. f. I..)

Fonte: Relatórios das empresas concessionárias.

Fonte: Relatórios da Administração-Geral do Porto de Lisboa.

Movimento ferroviário suburbano

Os quadros anteriormente insertos são bem significativos para a demonstração indirecta do crescimento populacional de Lisboa e da sua zona suburbana, a partir do último censo (1950). E pena foi que a escassez de tempo não tivesse permitido organizar mais alguns mapas estatísticos relativamente a outros índices indirectos, os quais por certo só confirmariam as conclusões que já largamente podem tirar-se dos quadros apresentados. Uma das principais anotações registadas anteriormente [n.º 13, alínea a)] conduziu-nos à verificação do que «a taxa de crescimento, tanto na capital do Sul como na do Norte, é nítidamente superior nos aglomerados suburbanos, relativamente às respectivas cidades».

Neste particular, é curioso referir que idêntico fenómeno se tem manifestado dentro dos limites da cidade de Lisboa, entre as suas próprias freguesias, cuja

população tem migrado do centro para a periferia da zona urbana.

Em diploma legal muito recente (Decreto-Lei n.º 42 142, de 7 de Fevereiro de 1959), que visa a remodelação das freguesias de Lisboa, suprimem-se duas do centro da cidade (Conceição Nova e S. Julião) e criam-se dez novas freguesias, ajustando-se os limites de todas as restantes. Esclareça-se que, desde o começo do século até hoje, só uma freguesia foi criada, A da Penha de França, por decreto de 13 de Abril de 1918.

No relatório do novo diploma, depois de se sublinhar o rápido intumescimento populacional de Lisboa, desde que foram fixados os seus actuais limites por decreto de 18 de Julho do 1885, até ao censo de 1950, afirma-se que a agravar esta situação «está o facto do despovoamento das freguesias do centro da cidade, fenómeno comum às grandes cidades, cuja explicação se encontra na invasão dessa zona central pelo comércio e nas remodelações urbanísticas impostas pelo novo ritmo de vida