derem outros equipamentos complementares, como são os de natureza agronómica e os respeitantes aos transportes, às comunicações, à pronta disponibilidade da energia barata e à comercialização dos produtos. Não haja ilusões: sem a realização destes meios, a irrigação é impotente para fazer sair a exploração da terra de uma economia de subsistência para uma economia de mercado. Fazem-se ainda, por vezes, outras críticas às obras até hoje concluídas; e a Câmara inclina-se a acreditar que o estudo cuidadoso dos aspectos de reconversão económico-social das áreas aproveitadas, aliando-se a um sério esforço de coordenação no que respeita às novas culturas a: introduzir nas diferentes regiões do País serão condições necessárias para conseguir melhores resultados no programa agora delineado. Mas também se considera importante uma acção de esclarecimento da opinião pública e dos sectores mais directamente afectados pelas obras, sendo de notar, quanto a estes, que alguns há que são tanto ou mais beneficiados do que a lavoura, conforme mostra o relatório do plano em apreciação quando se refere ao que tem acontecido em Espanha (1) -e sob esse ponte de vista do esclarecimento público oferecia o maior interesse as realizações conseguidas na produção agrícola (apenas sendo de lamentar a falta de estimativas referentes às mais-valias) e, sobretudo, o apuram ento e divulgação dos eventuais progressos alcançados na tarefa fundamental de melhoria das condições de existência das populações rurais.

Não chega, efectivamente, o critério das obras de construção civil realizadas e das áreas beneficiadas pela rega para apreciar um plano de empreendimentos da natureza dos que se vêm realizando nos últimos decénios em matéria de hidráulica agrícola entre nós. Ora é sobre uma análise mais profunda e ampla dos resultados alcançados que poderão erigir-se novos métodos e corrigir os instrumentos jurídicos complementares, ainda hoje tão facilmente susceptíveis de debate e crítica por carência de base objectiva de apreciação.

Plano de Valorização do Alentejo O Plano, na parte hidráulica, tem por objecto o seguinte: Grandes aproveitamentos:

Pretende-se irrigar 161 700 ha, com a seguinte distribuição por distritos:

Estes 161 700 ha são repartidos pelos seguintes cinco grupos de solos, escolhidos, em primeira aproximação, segundo os estudos da Comissão do Plano de Fomento Agrário:

Por aproveitamento ou grupos de aproveitamentos a localização dos 161 700 ha é como segue:

Aproveitamento do Mira, com uma albufeira, em Santa Clara,

Aproveitamento do Caia, com uma albufeira, no Caia, de 144

Aproveitamento do grupo do Alto Alentejo, com nove albufeiras, em Figueiró, Crato, Monforte, D. João, Veiros, Freire Joaquim, Fargela,

Arroiolos e Monte do Seixo, de 384 milhões de metros cúbicos ....... 42 600

em Alqueva, Amieira, Roxo, Alfundão, Barras Colas e Odivelas,

Aproveitamento do Alto Sado, com uma albufeira, em Monte da Pequenos aproveitamentos:

Visa-se irrigar 11 235 ha, distribuídos por 73 aproveitamentos, para os quais o Plano apenas indica a respectiva denominação e principais características e localização aproximada. Quanto às necessidades hídricas para o regadio, e proveniência da água respectiva, considerou-se: Que os pequenos regadios serão abastecidos por albufeiras a criar em cada um deles;

b) Que os grandes regadios terão uma dotação média por hectare e ano de 7507 m3 (sendo 5378 m3 no pé da planta), com o máximo de 9120 m3 no Ardila e o mínimo de 6700 m3 no Mira, incluindo na média indicada e nestes máximo e mínimo não só a rega, mas também o abastecimento das populações e de indústrias. Para satisfazer as necessidades do regadio dos 161 700 ha contou-se: Com as águas armazenáveis nas albufeiras, sob as afluências anuais seguintes (em milhões de metros cúbicos):

Média anual ........... 102,5