No que respeita à viabilidade e rentabilidade das culturas a utilizar, a Câmara aprova o Plano sob reserva de que sejam revistos os estudos económicos dele constantes, de harmonia com as observações que deixou expressas no decurso do parecer e com a orientação que a este respeito preconizou.

A Câmara reconhece que poderão ser criados altos benefícios para a economia nacional com a execução do Plano de Valorização do Alentejo, em apreciação, se for sólida a sua base económica e se a água de rega (que intervém como factor de aumento de quantidade e de qualidade da produção) for acompanhada da assistência técnica presente e pronta; dos meios de comunicação adequados e económicos (sem o que é impraticável a produção de géneros destinados aos grandes centros consumidores); da presença da energia eléctrica de bom preço e garantia; do crédito agrícola eficaz; e de uma adequada estrutura comercial e industrial capaz de absorver os produtos do regadio.

O factor decisivo do s resultados da irrigação não são nem as barragens nem os canais, mas sim o capital investido na adaptação do regante às exigências de uma nova técnica agrícola e no conjunto da estrutura económica e social.

A plena exploração do regadio e o seu bom rendimento exigem - todos sabem - a existência de um equipamento de estrutura dispendioso e síncrono da água, sem o que são falhos de sentimento real todos os aumentos de produção e de rendimento líquido previstos baseados numa produção potencial.

Não se mede o resultado da rega pela relação entre as superfícies regadas e as irrigáveis, mas sim pela relação entre a produção real e a produção potencial, e as produções reais carecem da realidade da execução de projectos a integrados, em que a irrigação representa quase sempre menos de metade do conjunto do investimento.

Os equipamentos e as ajudas de apoio à lavoura, os encargos com a adaptação do regante e o fomento das empresas comerciais, industriais e de tra nsporte, a que atrás já se fez referência, têm no citado conjunto o maior quinhão, o que certamente estará bem presente na execução deste novo e grande Plano, no qual a Câmara Corporativa põe toda a esperança de êxito.

António Jorge Martins da Mota Veiga.

Francisco Pereira de Moura.

Afonso de Melo Pinto Veloso.

António Martins da Cunha Melo.

António Trigo de Morais.

Filipe César de Gois.

Francisco Manuel Moreno.

João Rafael Mendes Cortes.

José Gabriel Pinto Coelho.

José Martins de Mira Galvão.

José de Mira Nunes Mexia.

José Pires Cardoso.

Luís Gonzaga Fernandes Piçarra Cabral.

Manuel de Almeida de Azevedo e Vasconcelos.

Manuel Ramalho Ribeiro.

António Pereira Caldas de Almeida, relator.

Nos termos regimentais passa a fazer parte do Conselho da Presidência o Digno Procurador Albano do Carmo Rodrigues Sarmento.