Doenças alérgicas Pela sua frequência e reflexos de ordem social e sanitária, haveria ainda a considerar a necessidade de instalar e desenvolver serviços especializados para o tratamento da asma brônquica e das outras doenças alérgicas, em franca progressão na generalidade dos países.

A iniciativa da acção neste domínio coube à Junta Distrital de Lisboa, que mantém uma consulta destinada ao tratamento das referidas doenças.

Dado o número de doenças deste foro, impõe-se instruir a população sobre os factores que podem concorrer para o desenvolvimento da asma e meios de os combater, e criar serviços em que seja prestada assistência aos doentes, de harmonia com os novos métodos de diagnóstico, profilaxia e tratamento.

§ 7.º Como a demografia é, no dizer de Arnould, a contabilidade da higiene, importa referir alguns números relativos ao seu movimento e à sua estrutura.

Ainda que tenha interesse relacionar esta com a evolução do movimento populacional e com os recursos económicos do País, para não alongar este parecer só se aludirá aos primeiros aspectos: movimento e estrutura da população. Esta reflecte de tal modo os acontecimentos políticos e as vicissitudes sociais e económicas por que passa a Nação, que o seu exame, como se afirmou no relatório sobre 25 anos de administração política (Ministério do Interior) "basta para aferir do bom ou mau resultado de uma política".

A população aumenta de ano para ano.

Desde 1527 - ano em que, por ordem de D. João III, se procedeu ao recenseamento dos "vizinhos" ou "fogos" - até esta data, a população portuguesa aumentou mais de 600 por cento.

Este aumento, porém, não foi uniforme.

Assim, se foram necessários mais de 200 anos para duplicar a população de 1527, nos últimos 100 anos passou de 4 035 330, em 1861, para 9 124 514, em 1960.

Como se vê no quadro junto, o ritmo de aumento acusa diferenças apreciáveis de decénio para decénio.

Fonte: Anuário Estatístico.

O acréscimo natural da população é o resultado de dois factores essenciais: a natalidade e a mortalidade, que se exprimem por taxas calculadas por 1000 habitantes.

Assim, no que respeita às taxas de natalidade, variaram entre um máximo de 33,01, verificadas no quinquénio de 1886-1890, e um mínimo de 23,54, registadas em 1959.

Em Portugal, como na generalidade dos países, é nítida a tendência para a baixa das taxas de natalidade.

O facto de no decénio de 1911-1920 serem mais altas do que nos decénios imediatamente anteriores constitui verdadeira excepção.

Quanto à mortalidade, deu-se o contrário: as taxas registadas naquele decénio (23,68) são superiores às verificadas nos decénios anteriores, em que não ultrapassaram 21,23 (1891-1900) e 19,06 (1901-1910).

O quadro que se segue mostra como as taxas de natalidade e mortalidade se reflectiram no crescimento da população e nas taxas relativas aos excedentes de vidas.