outros sejam muito mais curtos - poucos meses ou até algumas semanas - levando-se o tempo gasto em linha de conta com a escolaridade estabelecida. Disciplinas As disciplinas variam com a índole dos cursos e largamente com o fim a que se destinam os alunos, o que depende da tarefa que vão executar no futuro. Se em todos os países há matérias comuns a ensinar, é óbvio que em cada país há problemas sanitários diferentes a resolver e portanto justifica-se não só que o predomínio do ensino incida sobre determinados assuntos, mas também que existam cadeiras que se não encontram no programa de outros países.

Se nos países mais evoluídos e industrializados se tem de dar uma importância especial à medicina do trabalho e aos problemas que resultam por exemplo, da acção do smog e da velhice - noutros há que resolver problemas de hipertensão e má nutrição e de profilaxia de doenças infecciosas, no entanto, existem cadeiras ou disciplinas comuns, tais como a Microbiologia e Imunologia, a Bioestatística, a Nutrição, a Administração de saúde Pública, Saneamento e Medicina do Trabalho (72).

Em geral, a cada uma destas matérias corre spondem unidades de ensino e de investigação - os "departamentos".

pública (D P H) destina-se a quem já possui o grau anterior. Para tanto, é ministrado um ensino mais aprofundado em certas matérias e sobre uma delas o aluno tem que elaborar um tese. Estas escolas atribuem ainda o grau de master of Science in Hygiene (M S H) e o de doctor of Science in Hygiene (D S H) para os estudantes a quem desde o início interessa a especialização apenas nos assuntos correspondentes a um dos departamentos fundamentais (73). Se de uma maneira geral já no ensino médico pré-graduado há a tendência para diminuir o número de lições magistrais em relação às reuniões de grupo, tais como seminários, etc., em quaisquer programas das escolas de saúde pública referida tendência acentua-se ainda mais. O ensino deve ser não só activo, mas também constituirá, por assim dizer, um ensaio do que cada um irá executar, na prática. E como a prática na saúde pública resulta muitas vezes da convergência de conhecimentos de vários profissionais, um método usado de preferência é exactamente o de habituar esses profissionais de formação tão diferente a debater entre si problemas concretos que no futuro terão de ser resolvidos em comum. Por essa razão, no ensino feito a cursos diversos haverá sessões conjuntas de estudo. Há mesmo quem preconize um curso único de saúde pública em que todas as matérias serão versadas em comum. Durante a conferência de Gooteborg foi largamente focado o interesse de o ensino e lementar ser feito em comum para médicos, engenheiros, estaticistas, dentistas, enfermeiras, educadores sanitários, etc..

o que se verifica mais nos programas das várias escolas é o ensino em comum ser apenas feito em determinadas matérias, assim, na Escola graduada de Pittsburgo há ensino comum em três campos: relações homem-ambiente, onde se inclui fisiologia do ambiente, microbiologia, saneamento, nutrição em saúde pública e psiquiatria social, conceitos de grupo, onde se incluem princípios de estatística e princípios de epidemiologia, e prática de saúde, onde estão incluídas a prática de saúde pública e saúde industria.

O método de escolha de assuntos a dar em comum depende essencialmente do critério do corpo docente da escola, que a este respeito entrará em linha de conta não só com o que em qualquer escola de saúde publica é dado em conjunto, mas também com razões de ordem local, tais como o nível profissional dos participantes e os problemas sanitários de res olução mais premente.

Cada professor modificará com o decorrer do tempo os seus métodos consoante os resultados obtidos; a investigação dos métodos de ensino é uma função do ensino superior e uma obrigação de todo o professor que se preocupa em ensinar cada vez melhor.

A aprendizagem em saúde pública tem de ser prática; o aluno tomará contacto o mais possível e no próprio local com os vários problemas e apesar de não participar na responsabilidade administrativa, tomará parte activa na execução.

Grundy e Mackintosh (74) escreveram a respeito dos métodos que devem ser usados " o estudante é diplomado e portanto, dotado de maturidade. O seu esforço tem de ser, sobretudo, pessoal e a orientação essencialmente prática".

Algumas escolas preconizam de tal maneira o ensino prático que destinam parte do tempo do curso para trabalho individual junto de um tutor que pratica, por exemplo, medicina rural.

Os centros de saúde são postos excelentes para um ensino prático, será útil que se utilizem centros urbanos e centros rurais, porquanto os problemas são em grande parte de índole diversa.

A Escola Graduada de Saúde Pública de Pittsburgo tem anexos um centro urbano e outro rural(75).

Em ligação com Escola de Saúde de Zagreb há um centro de saúde 25 quilómetros da cidade numa região montanhosa que apresenta problemas de saúde muito variados, como de esgotos, fornecimento de água, bócio en-

(72) Veja-se a este respeito Recomendações da comissões de peritos sobre o ensino da saúde pública (10.º relatório), Organização Mundial da Saúde, 1961

(73) Para a colheita de mais pormenores vejam-se, sobretudo, os Boletins da Universidade de Pittsburgo, Harvard e John Hopkins

(74) Obra já citada

(75) University of Pittsburg Bulletin, Graduate School of Public Health, Announcements for 1958-1959